O estado norte-americano de Oklahoma prepara-se para executar um homem esta quinta-feira, apesar de este alegar autodefesa no duplo homicídio pelo qual foi condenado.
De acordo com a imprensa norte-americana, a execução está marcada para as 10 horas locais, 16 horas em Portugal continental, numa prisão na cidade de McAlester. O Conselho de Indulto e Liberdade Condicional recomendou ao governador, Kevin Stitt, que a vida deste homem, de 59 anos, fosse poupada, mas até hoje o responsável não emitiu nenhuma recomendação. Stitt já ‘fechou’ o ‘corredor da morte’ a um recluso, em 2021, poucas horas antes de este receber a injeção letal.
Um porta-voz revelou que o governador planeava falar com procuradores, os advogados de defesa e também com as famílias das vítimas antes de tomar uma decisão.
O duplo homicídio aconteceu em 2001, na cidade de Oklahoma, na casa de uma das vítimas. O advogado de defesa de Phillip Hancock alegou que as vítimas, Robert Jett Jr. e James Lynch, eram membros de um gangue de motoqueiros e que Hancock terá sido atraído até à casa do primeiro, estando desarmado.
#Phillip_Hancock in #Oklahoma to be executed today. Members of the German Coalition to Abolish the Death Penalty are thinking of offenders and victims and their relatives and friends pic.twitter.com/lJOy1zeUGl
— German Coalition to Abolish the Death Penalty (@GCADP) November 30, 2023
Segundo uma testemunha citada pela NBC News, Jett, de 37 anos, terá ordenado a Hancock que entrasse numa jaula grande, antes de lhe atirar com uma barra de metal.
Depois de Jett e Lynch, de 58 anos, terem agredido o agora condenado, este conseguiu tirar a arma a Jett, alvejando-os.
“Por favor, percebam a situação em que me encontro”, referiu o condenado ao conselho de indulto acima referido. “Não tenho dúvidas de que me teriam morto. Obrigaram-me a lutar pela minha vida”, garantiu.
Alguns responsáveis alegam no entanto que as versões de Hancock sobre o que se passou nessa noite não correspondem sempre e que uma outra testemunha contou que depois de Hancock alvejar Jett no interior da casa, o seguiu até ao jardim. O motoqueiro terá dito: “Vou morrer”. Segundo a mesma testemunha, Hancock voltou a alvejá-lo, mas não sem antes lhe dizer: “Sim, vais morrer”.
“Perseguir alguém, dizer-lhe que o vais matar e fazê-lo não é autodefesa”, apontou um dos procuradores-gerais.
O irmão de Jett foi uma das pessoas que pediu que não fosse dada clemência. “Não estou a dizer que o meu irmão era um anjo, mas ele não merecia morrer num jardim como um cão”, apontou.
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