A OSCE concluiu o seu trigésimo Conselho Ministerial na sexta-feira, depois de dois dias de debates marcados pela presença do chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, que foi alvo de críticas na grande maioria das intervenções, às quais respondeu com indiferença.
No final dos trabalhos, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Macedónia do Norte, Bujar Osmani, afirmou que a OSCE tinha sido "salva", depois de ter conseguido prolongar os mandatos dos seus principais dirigentes e de ter sido aprovada a nomeação de Malta para a presidência de 2024.
"A agressão russa contra a Ucrânia violou os princípios e os compromissos da nossa organização", afirmou Osmani.
"Também pôs em risco a própria existência da nossa organização. É por isso que os resultados deste Conselho Ministerial são incríveis", disse.
"Podemos estar todos orgulhosos do que alcançámos este ano", acrescentou, salientando que a "OSCE não é, nem nunca foi, uma reunião de países que pensam da mesma maneira", mas é necessário que "continue a servir como uma plataforma de diálogo".
A presença da Rússia, que tem bloqueado várias decisões da OSCE desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, marcou o fórum, que não contou com a presença de representantes ucranianos, como sinal de protesto.
O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, chegou mesmo a chamar aos seus homólogos dos EUA, Antony Blinken, e da UE, Josep Borrell, "cobardes" por terem saído antes do fim.
Ao longo dos trabalhos, os representantes dos países-membros criticaram Lavrov, denunciando "a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia", uma "agressão injustificada e injustificável", uma "guerra ilegal" e "uma afronta total às normas civilizadas".
Perante as críticas, o ministro russo saiu da sala várias vezes, tendo minimizado a importância do encontro.
"Não me interessam os resultados desta reunião da OSCE", disse numa conferência de imprensa.
"Certificámo-nos de que os nossos colegas ocidentais não tinham aprendido nenhuma lição com a sua política catastrófica destinada a destruir a OSCE. Na Europa, continuam - com uma perseverança que poderia ser melhor aproveitada - a acabar com a organização", afirmou o ministro.
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