Macron pede a Abbas reforma na Autoridade Palestiniana para gerir Gaza

O Presidente francês, Emmanuel Macron, disse esta segunda-feira ao líder da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, que esta entidade deve ser reformada para gerir a Faixa de Gaza, o que implica o afastamento do grupo islamita Hamas.

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© MICHEL EULER/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
14/04/2025 16:38 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Médio Oriente

essencial construir uma estrutura para o dia seguinte [à guerra na Faixa de Gaza]: desarmar e remover o Hamas, definir uma governação credível e reformar a Autoridade Palestiniana", defendeu o Presidente francês na rede social X após uma conversa telefónica com Abbas.

 

Segundo a agência de notícias oficial palestiniana Wafa, os dois dirigentes concordaram sobre a "necessidade urgente de um cessar-fogo" na Faixa de Gaza, território em guerra há um ano e meio, após o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter criticado a posição do Presidente francês sobre a questão palestiniana.

Abbas e Macron destacaram ainda "a aceleração da entrega de ajuda humanitária, a rejeição da deslocação do povo palestiniano do enclave e a admissão da responsabilidade da Autoridade Palestiniana em Gaza, incluindo a segurança", segundo a Wafa.

"Os dois líderes também salientaram a importância de implementar o plano árabe para a rápida recuperação e reconstrução [da Faixa de Gaza], garantindo ao mesmo tempo a presença dos palestinianos nas suas terras", acrescentou a agência noticiosa palestiniana.

Macron mencionou na semana passada um possível reconhecimento de um Estado palestiniano.

Numa entrevista transmitida na quarta-feira, o Presidente francês disse que poderia reconhecer o Estado palestiniano em junho, durante uma conferência que Paris copresidirá com a Arábia Saudita nas Nações Unidas, em Nova Iorque, incluindo esta medida como parte de um movimento recíproco de reconhecimento de Israel pelos países árabes.

Em reação no domingo na rede social X, Netanyahu considerou que Macron estava a cometer "um erro grave ao continuar a promover a ideia de um Estado palestiniano (...), um Estado cuja única aspiração é a destruição de Israel", avisando para as questões territoriais francesas.

"Não aceitaremos lições de moral sobre a criação de um Estado palestiniano que colocaria em risco a existência de Israel, daqueles que se opõem à independência da Córsega, da Nova Caledónia, da Guiana Francesa e de outros territórios, cuja independência não ameaçaria de forma alguma a França", escreveu o chefe do Governo israelita, num novo episódio de tensão entre os dois líderes e que tem crescido com a intensificação dos ataques no enclave.

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas desde 2007, anunciou no domingo que pelo menos 1.574 habitantes morreram desde o recomeço das operações militares israelitas em 18 de março, quando Israel quebrou a trégua no território.

A guerra foi desencadeada pelos ataques do Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que fizeram cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e 250 reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou quase 51 mil mortos, segundo as autoridades locais, na maioria mulheres e crianças, e deixou o território destruído e a quase totalidade da população deslocada.

As partes mantêm canais de negociação com os mediadores internacionais -- Egito, Qatar e Estados Unidos -- para uma mova suspensão das hostilidades e libertação dos reféns ainda em posse do Hamas, mas não chegaram a acordo.

Leia Também: MNE palestiniano condena "ataque injustificado" de Netanyahu a Macron

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