A popular banda de rock taiwanesa Mayday está a ser investigada pelas autoridades chinesas por alegações de 'playback' durante os seus mais recentes concertos. Num qualquer outro país, tal não seria problemático, mas, note-se, as regulamentações do governo chinês proíbem explicitamente os artistas de "enganar o público com sincronização labial".
Esta acusação já foi negada pela editora discográfica da banda, numa polémica que dominou as redes sociais chinesas desde o fim de semana.
Segundo revela a CNN, as acusações centraram-se nos recentes espetáculos do Mayday em Xangai, onde se apresentou oito vezes durante 10 dias em meados de novembro, para um público combinado de mais de 360 mil fãs.
A banda, que existe há mais de duas décadas e é inúmeras vezes apelidada de 'Beatles Asiáticos', possui um enorme número de fãs na China, onde os seus concertos costumam esgotar rapidamente. Os Mayday cantam principalmente em mandarim com algumas canções no dialeto Hokkien.
O departamento de Cultura e Turismo de Xangai, um departamento do governo municipal que supervisiona as apresentações comerciais, veio já dizer que atribui grande importância à reação pública contra as alegações de "sincronização labial" e exigiu que a produção do concerto cooperasse com uma investigação, relatou ainda a agência de notícias estatal Xinhua, esta segunda-feira.
Num comunicado divulgado na noite de segunda-feira, a editora da banda Mayday rejeitou as acusações que estão a ser amplamente feitas online e apelidou-as como "ataques maliciosos, rumores e calúnias", notando que prejudicaram seriamente a imagem da banda.
Sendo que o governo chinês proíbe explicitamente os artistas de "enganar o público com sincronização labial" e os organizadores de o providenciar aos artistas, os infratores podem enfrentar uma multa máxima de 100 mil yuans (cerca de 13 mil euros). Uma diretriz governamental sobre como as regulamentações devem ser implementadas define a sincronização labial como "o uso de músicas pré-gravadas em vez de canto ao vivo", lembra ainda a CNN.
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