Meteorologia

  • 08 SEPTEMBER 2024
Tempo
15º
MIN 15º MÁX 26º

São precisos 1,47 mil milhões para apoiar refugiados da Venezuela

Pelo menos 1,47 mil milhões de euros serão necessários para apoiar três milhões de refugiados e migrantes da Venezuela e suas comunidades de acolhimento na América Latina e nas Caraíbas em 2024, anunciou hoje a plataforma coordenadora.

São precisos 1,47 mil milhões para apoiar refugiados da Venezuela
Notícias ao Minuto

16:41 - 06/12/23 por Lusa

Mundo Migrações

Num comunicado, a Plataforma Regional de Coordenação Interagências para Refugiados e Migrantes da Venezuela (R4V), coliderada pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) e pelo Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), indicou que, apesar dos esforços feitos este ano, "quatro milhões de refugiados e migrantes da Venezuela na região ainda têm necessidades humanitárias, de proteção e de integração prementes, de acordo com a Análise Regional das Necessidades dos Refugiados e Migrantes (RMNA) 2023 da R4V".

"A avaliação revelou também que um em cada três venezuelanos na região não tem um estatuto regular ou a documentação necessária para aceder a empregos dignos, serviços de saúde, habitação ou educação", acrescentou a plataforma R4V no comunicado.

Segundo a plataforma, os fundos que os parceiros precisam de reunir "apoiarão o acesso aos procedimentos de asilo, as atividades de regularização migratória e a integração socioeconómica, para que os refugiados, os migrantes e as comunidades de acolhimento possam alcançar a estabilidade e um futuro melhor".

A OIM e o ACNUR sublinharam que, até agora, "mais de 60% das pessoas que deixaram a Venezuela regularizaram o seu estatuto" e que, em resposta aos fluxos contínuos de saída daquele país, "os Governos e as comunidades de toda a região continuam a oferecer-lhes oportunidades (...) para se estabelecerem e reconstruírem as suas vidas através de iniciativas de regularização migratória, acesso a procedimentos de asilo, programas de inserção laboral e oportunidades de reunificação familiar".

"Em 2023, o Plano de Resposta prestou assistência e proteção humanitária e desenvolveu programas de integração socioeconómica para mais de dois milhões de refugiados e migrantes e membros das comunidades de acolhimento afetadas", indicaram as duas agências especializadas das Nações Unidas.

Fizeram-no "complementando os esforços dos países de acolhimento ou trabalhando ao abrigo de mecanismos intergovernamentais regionais - como a Declaração de Los Angeles sobre Migração e Proteção e o Processo de Quito -- o que foi possível graças a parcerias com bancos de desenvolvimento, instituições financeiras e organizações internacionais", salientaram.

"Os países da região têm feito um excelente trabalho de acolhimento aos refugiados e migrantes", declarou o representante especial conjunto do ACNUR e da OIM para os Refugiados e Migrantes Venezuelanos, Eduardo Stein.

"Eles devem continuar a implementar e melhorar o acesso aos procedimentos de asilo, à regularização migratória e às iniciativas de documentação, mas as suas capacidades estão esgotadas", observou.

Defendeu, por isso, que "é necessário um esforço financeiro significativo, previsível e a longo prazo para garantir o acesso dos venezuelanos aos serviços, ao emprego formal, à saúde e à educação, para que se integrem efetivamente e contribuam para os países que os acolhem".

De acordo com a plataforma R4V, "centenas de milhares de pessoas deslocaram-se em direção à América Central e do Norte, atravessando a selva de Darien, no Panamá, muitas vezes expostas a graves riscos (...) e foram também observados alguns movimentos de regresso, incluindo expulsões e deportações de venezuelanos para o seu país de origem".

Um ano após o lançamento deste plano de resposta bianual, a OIM e o ACNUR revelaram que apenas foram recebidos 20% dos fundos necessários, "o que limita seriamente a assistência".

E apelaram para que "no meio de múltiplas crises, a comunidade internacional não esqueça a situação de milhões de refugiados e migrantes na América Latina e nas Caraíbas", indicando que "há mais de 7,7 milhões de venezuelanos fora do seu país" e que "mais de 6,5 milhões residem na América Latina e nas Caraíbas".

O Plano de Resposta aos Refugiados e Migrantes (PRRM) é executado no âmbito da plataforma R4V em estreita coordenação com os Governos anfitriões, os principais responsáveis pela resposta, em 17 países da América Latina e das Caraíbas: Argentina, Aruba, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Curaçau, República Dominicana, Equador, Guiana, México, Panamá, Paraguai, Peru, Trindade e Tobago e Uruguai.

Segundo a plataforma R4V, "o plano atualizado deste ano fornece uma estrutura para uma resposta operacional coordenada para 248 organizações parceiras envolvidas, incluindo agências da ONU, organizações não-governamentais internacionais e nacionais, sociedade civil e organizações lideradas por refugiados e migrantes, o Movimento da Cruz Vermelha, bem como outras organizações comunitárias e universidades".

Destacaram ainda que "mais de 25% das organizações que apelam para a participação no PRRM (65) são dirigidas por refugiados e migrantes, o que sublinha o compromisso da R4V com a localização".

Leia Também: ONG registou 16 violações à liberdade de expressão na Venezuela num mês

Recomendados para si

;
Campo obrigatório