O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, afirmou, esta quarta-feira, que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, "atingiu um novo nível moral" depois de ter invocado uma cláusula raramente usada para apelar aos membros do Conselho de Segurança do órgão a "evitar uma catástrofe humanitária" em Gaza.
Segundo Erdan, numa publicação na rede social X, Guterres decidiu ativar "esta rara cláusula apenas porque lhe permite exercer pressão sobre Israel".
Erdan descreveu ainda a decisão como "mais uma prova da distorção moral do secretário-geral e do seu preconceito contra Israel", acrescentando que o apelo de Guterres a um cessar-fogo era, "na verdade, um apelo para manter o reinado de terror do Hamas em Gaza".
"Apelo mais uma vez ao secretário-geral para que se demita imediatamente. A ONU precisa de um secretário-geral que apoie a guerra contra o terrorismo, e não de um secretário-geral que atue de acordo com o guião escrito pelo Hamas", escreveu ainda.
Today, the Secretary-General has reached a new moral low. He writes that he is activating, for the first time, Article 99 of the UN Charter in relation to the Israel-Hamas war, an article that can only be invoked in a situation where international peace and security are… pic.twitter.com/rQm18aT1vq
— Ambassador Gilad Erdan גלעד ארדן (@giladerdan1) December 6, 2023
De recordar que o secretário-geral da ONU fez, esta quarta-feira, um apelo inédito ao Conselho de Segurança para que "pressione para evitar uma catástrofe humanitária" em Gaza, reiterando os seus apelos por um cessar-fogo que trave "implicações potencialmente irreversíveis" para os palestinianos.
Pela primeira vez desde que se tornou secretário-geral da ONU, em 2017, António Guterres invocou o artigo 99.º da Carta das Nações Unidas que afirma que o secretário-geral "pode chamar a atenção do Conselho para qualquer assunto que, na sua opinião, possa ameaçar a manutenção da paz e segurança no mundo".
A "magnitude da perda de vidas humanas em Gaza e em Israel, num espaço de tempo tão curto", levou Guterres a recorrer, de forma excecional, ao artigo 99.º da Carta da ONU, segundo indicou o seu porta-voz, Stéphane Dujarric.
"Gostaríamos de ver o Conselho de Segurança pedir um cessar-fogo humanitário", acrescentou.
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