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Conflito com a Guiana usado para escalada contra oposição venezuelana

A líder opositora Maria Corina Machado advertiu hoje que o Presidente Nicolás Maduro, poderá usar o conflito com a Guiana pelo território Essequibo, para uma escalada violenta contra opositores.

Conflito com a Guiana usado para escalada contra oposição venezuelana
Notícias ao Minuto

07:13 - 08/12/23 por Lusa

Mundo Venezuela

"Acreditamos que é muito preocupante que o regime use esta escalada bélica para sair da rota eleitoral. Devemos manter-nos firmes nela [rota eleitoral], pedindo a atenção da comunidade internacional, dos aliados da luta democrática e dos governos que têm afinidade com Maduro", disse.

Maria Corina Machado fazia uma intervenção virtual ao Parlamento Europeu, cuja gravação em vídeo foi divulgada pelas redes sociais e durante a qual se referiu à detenção, quarta-feira, do presidente da ONG Súmate, Roberto Abdul e outros três membros da sua equipa.

Sublinhou que os seus colaboradores "são pessoas honradas que têm dado tudo pela democracia" e explicou que os familiares estão aterrorizados, que os mandados de detenção geraram "uma enorme angústia em todas as equipas das organizações da sociedade civil e também nos partidos políticos que estão comprometidos com a liberdade".

"Isto, longe de nos travar, dá-nos mais força. Entendemos a nossa responsabilidade perante o nosso país e nada nem ninguém nos vai impedir de convocar, mobilizar, a força dos cidadãos para conseguirmos uma transição pacífica através de eleições em 2024", insistiu.

A opositora questionou os resultados do referendo de 3 de dezembro sobre o Essequibo, em que, segundo o Conselho Nacional Eleitoral, participaram mais de 10,5 milhões de pessoas, sublinhando que teve uma baixa participação se transformou num referendo a Nicolás Maduro e de repúdio ao sistema.

"Apesar de terem ameaçado os funcionários públicos com a perda dos seus empregos [se não participassem], os beneficiários das missões sociais [programas governamentais], com a perda das bolsas de comida [subsidiada], ou os bónus mensais (...) os venezuelanos não participaram, o que demonstrou a fraca capacidade de convocação do regime", explicou.

O Ministério Público (MP) da Venezuela emitiu quarta-feira mandados de detenção contra 14 pessoas, quatro delas da equipa da opositora Maria Corina Machado, por alegados vínculos com uma conspiração nacional e internacional contra a o país.

O anúncio foi feito pelo Procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, precisando que estes cidadãos teriam conspirado contra o referendo consultivo de 3 de outubro último sobre o Essequibo, território em disputa com a vizinha Guiana.

O Procurador-geral precisou que foram emitidos mandados de detenção contra Roberto Abdul, Henry Alviárez, Pedro Urruchurtu e Claudia Macero, que integram a equipa de Maria Corina Machado.

Foram ainda emitidos mandados de captura contra os políticos opositores Jhon Goicochea, Juan Guaidó, Júlio Borges, David Smolanski, Carlos Vecchio e Leopoldo López, identificados como "operadores no estrangeiro".

Também contra o norte-americano Savoi Jandon Wright, o advogado e ativista venezuelano Lester Toledo, o ex-ministro do Turismo do chavismo Andrés Izarra e o ex-presidente da empresa estatal Petróleos da Venezuela SA (PDVSA), Rafael Ramírez.

Estes cidadãos vão se imputados pelo MP de traição à pátria, conspiração, branqueamento de capitais e associação para cometer crimes.

A região de Essequibo, que aparece nos mapas venezuelanos como "zona em reclamação", está sob mediação da ONU desde 1966, quando foi assinado o Acordo de Genebra.

Com uma extensão de 160 mil quilómetros quadrados e rico em minerais, Essequibo está sob administração da Guiana, com base num documento assinado em Paris, em 1899, que estabelece limites territoriais que a Venezuela não aceita.

Leia Também: Referendo na Venezuela para anexar território da Guiana é "ilegal"

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