"Lamento". Sunak pede desculpas a familiares das vítimas da Covid-19
O pedido desculpas surge no âmbito do inquérito que está a ser levado a cabo, e onde também o ex-primeiro-ministro Boris Johnson já foi ouvido.
© UK Covid-19 Inquiry/AFP via Getty Images
Mundo Covid-19
O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, pediu, esta segunda-feira, desculpas aos familiares de todos as pessoas que morreram na sequência da pandemia de Covid-19.
"Quero começar por dizer que lamento profundamente", começou por dizer Sunak, num pedido de desculpas dirigido a todos aqueles que "perderam quem amavam".
"Pensei muito sobre este assunto nos últimos anos, é importante que aprendamos as lições para que possamos estar melhor preparados no futuro", apontou.
As declarações foram feitas no âmbito do Covid Inquiry, que começou em 2021, depois de o Reino Unido ter registado um dos números mais elevados de mortes a nível mundial. Também o ex-primeiro-ministro Boris Johnson foi ouvido neste âmbito, tendo, em junho entregado os seus cadernos e mensagem de WhatsApp ao órgão que supervisiona a ação governativa do país. Na altura, Johnson desafiou Sunak, que na altura da pandemia era ministro das Finanças, a fazer o mesmo.
Quase seis meses volvidos, Sunak referiu que trocou várias vezes de telemóvel durante desde a pandemia, e que as mensagens não seguiram para esses aparelhos - para além de notar que "não é um utilizador prolífico do WhatsApp". Sunak foi questionado pela razão pela qual não guardou mensagens que podiam ser importantes na investigação sobre a forma como o governo levou a cabo a gestão da pandemia, e se nunca foi avisado de que o devia fazer.
"Não me lembro de ninguém no me gabinete fazer essa observação na altura", apontou.
Boris Jonhson? "Via-o mais vezes do que à minha mulher"
Uma das críticas feitas a Sunak está relacionada com a demora em dar 'luz verde' a algumas restrições, tendo alegado que estas prejudicariam e economia britânica. Sunak apontou que não achava que tinha havido um "choque" entre as aéreas da saúde pública e e economia, mas que os ministros precisaram de considerar a "totalidade do impacto".
"Um dos argumentos consistentes que apresentei desde o início foi o de garantir que nós, coletivamente, e o primeiro-ministro [Boris Johnson] considerássemos a totalidade dos impactos das decisões que estávamos a tomar", afirmou.
Sunak foi também questionado sobre se teve oportunidade para expor as suas opiniões sobre as restrições ao então primeiro-ministro. "De forma geral, sempre senti que podia", atirou, acrescentando: "Provavelmente nessa altura via o [então] primeiro-ministro mais vezes do que via a minha mulher". Sunak reforçou que "sentia que podia participar" em tudo aquilo de que precisava, no âmbito do governo, por forma a obter as evidências para que Johnson tomasse decisões.
Rishi Sunak deverá responder na parte da tarde sobre as circunstâncias em que foi lançado o programa 'Comer fora para ajudar' [Eat out to help out], lançado no verão de 2020 para incentivar os britânicos a voltarem aos restaurantes e pelo qual foi criticado.
Alguns cientistas afirmaram à comissão de inquérito que terá contribuído para a dimensão da segunda vaga da epidemia no outono de 2020.
Mais de 230 mil pessoas morreram no Reino Unido em consequência da pandemia e o inquérito está atualmente a analisar a governação e a gestão política durante o surto do vírus.
[Notícia atualizada às 14h32]
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