O Presidente ucraniano destacou o papel "muito importante" que a Argentina poderá vir a desempenhar para alcançar a paz na Ucrânia, durante uma conferência de imprensa.
"Existem elementos muito importantes que permitem à Argentina desempenhar um papel fundamental na fórmula da paz na Ucrânia, como representante da América Latina. A Argentina é um grande país com desejos e possibilidades", assegurou Zelensky num artigo publicado hoje pelo Clarín, o maior jornal argentino.
Volodymyr Zelensky manifestou o seu interesse na proposta do Presidente argentino de organizar uma cimeira de paz entre a Ucrânia e os países latino-americanos, que tomaria lugar na Argentina.
Javier Milei reiterou repetidamente a sua concordância com Zelensky, que visitou a América Latina pela primeira vez desde o início do conflito.
Zelensky reconheceu ainda que a guerra entre Israel e o Hamas "desviou muita atenção" da crise ucraniana.
"Tivemos menos ajuda financeira e menos ajuda militar e, de qualquer forma, isto não é uma coisa boa. Mas [no Médio Oriente] há muitas pessoas a morrer, é uma tragédia e todos temos de ajudar", reconheceu o Presidente ucraniano.
Zelensky alertou também os meios de comunicação social para o envolvimento da Rússia no treino de membros do grupo islamita palestiniano Hamas.
O líder ucraniano afirmou ainda que ambos tiveram a oportunidade de discutir sobre os temas da cibersegurança e da energia.
Zelensky teve também a oportunidade de falar com o Papa Francisco, natural da Argentina, que assegurou estar "com a Ucrânia".
O Presidente ucraniano irá viajar até Washington, na terça-feira, onde se reunirá com o Presidente norte-americano, Joe Biden, na tentativa de garantir o financiamento contínuo dos Estados Unidos na guerra contra a Rússia.
Vários membros do Congresso norte-americano, sobretudo da ala republicana, têm vindo a manifestar o seu descontentamento sobre a aprovação de novas fontes de financiamento para a Ucrânia.
"Vamos lutar para que a pausa na ajuda e no financiamento mude", disse Zelensky à imprensa argentina.
O líder ucraniano criticou ainda o Presidente russo, Vladimir Putin, por "não querer acabar com a guerra".
"A Ucrânia quer a sua terra e o seu território de volta. Putin apenas mente. As suas palavras não são garantia", disse.
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