Jornalista da Al-Jazeera morto em Gaza e outro ferido
Um jornalista da estação televisiva Al-Jazira foi hoje morto e outro ficou ferido num ataque israelita na Faixa de Gaza, noticiou o órgão de comunicação social do Qatar.
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Mundo Israel/Palestina
"É com o coração pesado que partilhamos a notícia devastadora da perda do nosso dedicado operador de câmara da Al-Jazeera Samer Abu Daqa", escreveu Mohamed Moawad, editor do canal de televisão, na rede social X (antigo Twitter).
A Al-Jazeera tinha antes indicado que o seu chefe de delegação em Gaza, Wael Dahduh, e Abu Daqa tinham sido feridos numa escola de Khan Yunes, no sul daquele território palestiniano, "na sequência do que se pensa ter sido o ataque de um 'drone' (aeronave não-tripulada) israelita".
De acordo com a Al-Jazeera, Samer Abu Daqa ficou gravemente ferido mas permaneceu horas no local do ataque, ao qual os serviços de emergência não conseguiram chegar porque a estrada estava cortada pelos escombros de uma casa bombardeada.
Wael Dahduh sofreu ferimentos num braço e foi transportado para o hospital Nasser, em Khan Yunis, indicou um jornalista da agência de notícias francesa AFP no local.
Contactado pela AFP, o Exército israelita não quis emitir qualquer comentário.
Num comunicado, a Al-Jazeera disse considerar "as forças de ocupação israelitas totalmente responsáveis pela segurança de Samer".
"A equipa de Gaza, em particular Wael e Samer, tem desempenhado um papel crucial na revelação da escala da destruição e dos horrores das atrocidades israelitas. Sem a sua dedicação e empenho, os horrores de Gaza não seriam expostos ao mundo", afirmou o canal.
Um primeiro bombardeamento teve como alvo uma escola da Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) em Khan Yunis, que os jornalistas tinham ido cobrir, quando se deu um segundo bombardeamento, segundo um comunicado do movimento islamita palestiniano Hamas, desde 2007 no poder em Gaza.
Esse segundo ataque "visou deliberadamente os jornalistas", segundo o Hamas.
Tratou-se de uma "tentativa de intimidação dos jornalistas para que não documentem os massacres [israelitas] cometidos na Faixa de Gaza", reagiu o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).
A mulher de Wael Dahduh e dois dos seus filhos foram mortos por um bombardeamento israelita a 25 de outubro em Gaza.
Mais de 60 jornalistas e trabalhadores da comunicação social foram mortos desde o início da guerra entre o Hamas e Israel, a 07 de outubro, desencadeada pelo ataque de dimensões sem precedentes do grupo palestiniano em território israelita, segundo o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).
Além disso, em Jerusalém Oriental, setor ocupado e anexado por Israel, um jornalista palestiniano da agência de notícias turca Anadolu ficou ferido durante confrontos com a polícia, à margem da oração de sexta-feira, perto da mesquita de al-Aqsa.
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