Polícia brasileira em operação contra braço financeiro de milícia 'carioca'

A Polícia Federal brasileira lançou hoje uma operação visando uma das mais poderosas milícias do Rio de Janeiro, com mandados de prisão preventiva e buscas contra membros do grupo e o objetivo de desmantelar o seu braço financeiro.

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Lusa
19/12/2023 15:07 ‧ 19/12/2023 por Lusa

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Em comunicado, a Polícia Federal indica que o objetivo da operação é cumprir 12 mandados de prisão preventiva e 17 mandados de busca e apreensão contra integrantes de uma milícia que atua na zona oeste do Rio de Janeiro, chefiada pelo homem mais procurado do estado, conhecido como Zinho, a mesma organização criminosa que em outubro queimou mais de 35 autocarros e um comboio em diferentes bairros da cidade, numa retaliação pela morte de um líder da milícia num tiroteio com a polícia.

De acordo com a imprensa local, um dos mandatos de prisão da operação de hoje é para Zinho, acrescentando ainda que, até agora, cinco pessoas foram presas.

"A ação desta terça-feira visa desmantelar o núcleo financeiro da organização criminosa, identificando toda a estrutura de imposição de "taxas" ilegais a grandes empresas e pequenos comerciantes locais, bem como as contas correntes beneficiárias de tais cobranças", lê-se no comunicado da Polícia Federal.

Esta operação acontece também um dia depois de a deputada estadual do Rio de Janeiro Lúcia Helena Pinto ter sido suspensa do cargo, na sequência de uma operação policial por supostas ligações com o mesmo grupo.

A justiça brasileira ordenou a suspensão imediata das suas funções legislativas e proibiu-a de "manter contactos com determinados agentes públicos e políticos", bem como de frequentar a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, anunciou a Polícia Federal em comunicado.

As autoridades brasileiras alegam que a deputada, de 63 anos, conhecida como 'Lucinha', e o seu assessor estavam ativamente envolvidos em "servir os interesses" de um dos maiores e mais violentos grupos de vigilantes do Rio de Janeiro.

Surgidas nos anos 1990, as milícias, muitas delas criadas por agentes públicos, contam com a participação de polícias militares e civis, ativos e na reserva.

As suas atividades passam por cobrar taxas de transporte, a restaurantes, fornecimento de água, energia, internet, TV por cabo, cabaz alimentar básico, entre outros.

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