O Presidente norte-americano, Joe Biden, "está muito reconhecido" ao primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, indicou o conselheiro para a Segurança Nacional, Jake Sullivan, ao considerar que a decisão de Tóquio "contribui para a segurança do Japão (...) ao assegurar que o Exército americano conserva capacidades credíveis de dissuasão e resposta".
Para permitir a transferência destes sistemas de interceção de mísseis, de fabrico norte-americano, o Japão, que tem exercido um estrito controlo das suas exportações de armamento devido à sua Constituição pacifista, suavizou as regras pela primeira vez nos últimos dez anos.
O envio destes sistemas sofisticados, que têm desempenhado uma função crucial na defesa da Ucrânia face à Rússia, constitui a primeira exportação de armas letais pelo Japão desde a Segunda Guerra Mundial, revelaram os 'media' locais.
"A transferência apropriada de equipamentos de defesa para o estrangeiro (...) contribuirá para a paz e segurança internacionais e também reforçará a cooperação com os aliados e os Estados Unidos no domínio da segurança", justificou o Governo nipónico ao anunciar a decisão.
Na sequência desta nova regra, o Japão "poderá exportar armamento que seja produzido localmente sob licença de um país estrangeiro" em direção ao país em questão, afirmou um responsável da segurança nacional no executivo japonês, citado pela agência noticiosa AFP e que falou sob condição de anonimato.
O Japão produz essencialmente o sistema de defesa antimíssil terra-ar Patriot Advanced Capability-3 (PAC-3), pagando uma licença à empresa de armamento norte-americana Lockheed Martin, que o desenvolveu.
Washington, o primeiro fornecedor de ajuda militar a Kiev, está a recorrer aos seus aliados na posse de equipamento de fabrico norte-americano para responder aos pedidos do Exército ucraniano.
Numa conferência de imprensa que promoveu na passada terça-feira em Kiev, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou, entre outras medidas, que o país vai receber "diversos" novos sistemas antiaéreos Patriot.
O Presidente Joe Biden pediu ao Congresso norte-americano a rápida aprovação de um novo pacote de 61 mil milhões de dólares (55,5 mil milhões de euros) para prosseguir o apoio militar à Ucrânia, sem comprometer os 'stocks' militares norte-americanos.
No entanto, as negociações com a oposição Republicana, que no Congresso controla a Câmara dos Representantes (câmara baixa), não deverão ficar concluídas até final de 2023.
A ofensiva militar russa de larga escala no território ucraniano, iniciada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
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