"O sofrimento de muitas pessoas inocentes não pode continuar assim. Precisamos de uma gestão menos intensiva das operações", disse a ministra aos jornalistas, após conversações com o seu homólogo israelita, Israël Katz, e com o chefe de Estado, Isaac Herzog.
"É cada vez mais claro que os militares israelitas devem fazer mais para proteger os civis em Gaza. Devem encontrar formas de combater o Hamas sem que tantos palestinianos sofram", acrescentou.
A Alemanha tem dado apoio incondicional a Israel desde o início da guerra lançada contra o Hamas na Faixa de Gaza em reação ao ataque do movimento islâmico palestiniano em solo israelita há exatamente três meses (07 de outubro).
"Reiterei a minha garantia: o vosso país pode contar firmemente com a nossa solidariedade na luta contra o terror cego que quer varrer Israel do mapa. [...] Se o Hamas não continuasse fanaticamente esta luta sem sentido, a guerra teria terminado há muito tempo", disse Baerbock.
A chefe da diplomacia alemão acrescentou, contudo, que também "disse claramente" aos seus interlocutores que tinham que ter todos os aspetos em consideração.
"A forma como o Governo israelita está a liderar esta guerra, a forma como o Governo israelita está a pensar sobre as consequências, a forma como o governo israelita considera o sofrimento dos palestinianos, o que afeta a própria segurança de Israel", enumerou.
A ministra dos Negócios Estrangeiros deixou ainda um alerta sobre os apelos de dois ministros israelitas de extrema-direita para o retorno dos colonos judeus a Gaza e a "emigração" de palestinianos, sublinhando que é "irrevogável que Gaza pertence aos palestinianos".
"Eles não devem ser expulsos de Gaza", disse.
Na sua quarta visita ao Médio Oriente desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, a ministra alemã deverá também encontrar-se com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, e com o seu homólgo palestiniano, Riyad al-Maliki.
Baerbock viaja a seguir para o Egito, onde se encontrará com o chefe da diplomacia egípcia, Sameh Shoukry, e depois para o Líbano.
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