O último balanço oficial do sismo na península de Noto dava conta de 180 mortos, 565 feridos graves e 120 desaparecidos, sobretudo nas cidades de Wajima e Suzu.
As equipas de socorro continuam as operações de busca pelos desaparecidos, cujo número tem variado devido às dificuldades de contagem em zonas isoladas, com acesso dificultado pelo corte de estradas danificadas no sismo.
Mais de três mil habitantes da península continuam isolados do mundo enquanto aguardam socorro, atrasado pela chuva, neve e deslizamentos de terra.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, pediu hoje aos ministros que "resolvam" o problema das comunidades ainda isoladas na península de Noto e "continuem tenazmente as operações de resgate".
Cerca de 28 mil pessoas continuam deslocadas e mais de 15 mil residências estão ainda sem energia, quando os termómetros marcam temperaturas negativas nas áreas afetadas, levando as autoridades a pedir atenção a possíveis situações de hipotermia.
O Governo do Japão está a tentar transferir os deslocados para centros fora das zonas de desastre, onde o fornecimento de bens de primeira necessidade não constitui um problema.
As autoridades nipónicas pediram hoje precaução redobrada devido ao temporal de chuva e neve nas zonas afetadas pelo sismo.
A atividade sísmica continua a ser sentida na península de Noto e arredores cerca de uma semana depois do sismo de magnitude 7,6, tendo sido registados, até agora, perto de 1.248 abalos de intensidade mensurável, noticiou a televisão pública japonesa NHK.
Os serviços de geofísica japoneses consideraram que a atividade sísmica pode prolongar-se por cerca de um mês e pediram precaução, tendo em conta que o mau tempo pode causar aluimentos de terra e avalanchas ou o desmoronamento de edifícios e casas já instáveis.
Mais de seis mil militares japoneses integraram as equipas de socorro locais nas operações de resgate e também de abastecimento.
O Governo japonês anunciou que vai destinar mais de 4,7 mil milhões de ienes (cerca de 30 milhões de euros) dos fundos de reserva para enviar ajuda humanitária para a península de Noto.
Numa reunião, o executivo de Fumio Kishida aprovou esta ajuda especial para despesas de primeira necessidade, incluindo comida, água e combustível, nas zonas mais afetadas pelo sismo
O Governo começou também a traçar planos de reconstrução, a meio e a longo prazo, e medidas de ajuda para as vítimas da catástrofe, disse a NHK.
O sismo de 01 de janeiro já é o mais mortífero no Japão desde 2011, quando um terramoto de magnitude 9,0 provocou um 'tsunami' que deixou mais de 20 mil mortos e desencadeou o desastre nuclear de Fukushima.
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