"Acho que eles sentem que é assim que vão conseguir vencer", alegou Trump num comunicado, após deixar o tribunal.
"O que aconteceu com toda esta situação é algo muito triste. Quando falam de uma ameaça à democracia, esta é uma ameaça real à democracia", acrescentou o ex-Presidente, devolvendo a crítica dos democratas, que dizem que Trump está a ameaçar o regime.
Na audiência, realizada no tribunal federal de recurso de Washington, os advogados de Trump defenderam que o líder republicano tem imunidade presidencial pelos acontecimentos do assalto ao Capitólio em 2021.
Trump compareceu à audiência, convocada menos de uma semana antes das eleições primárias do estado de Iowa, que abrem o calendário eleitoral nos Estados Unidos, apesar de a sua presença não ser necessária e de ele não poder falar.
Na sua declaração à comunicação social após a audiência, o ex-Presidente repetiu um dos argumentos dos seus advogados, segundo o qual rejeitar o seu pedido de imunidade e permitir o processo criminal poderá criar diversos problemas políticos.
Os argumentos de Trump foram recebidos com ceticismo pelo painel de três juízes que devem tomar a decisão e que escutaram a defesa do ex-Presidente dizer que mesmo um assassínio por ordem de um líder na Casa Branca deve cair sob a alçada da imunidade presidencial.
O caso da imunidade está agora no tribunal de recurso porque, em dezembro, a juíza responsável pelo processo criminal, Tanya Chutkan, rejeitou o pedido de Trump para encerrar o caso.
Logo que o tribunal de recurso tomar uma decisão, o caso deve seguir para o Supremo Tribunal Federal dos EUA.
O ex-Presidente procura assim evitar o julgamento pelo qual é acusado de vários crimes -- o mais grave é conspiração para obstruir um procedimento oficial -- que podem levar a um máximo de 55 anos de prisão.
O início do julgamento está previsto para 04 de março de 2024, em Washington, coincidindo com o calendário das eleições primárias para as presidenciais de novembro.
O litígio sobre a imunidade do ex-Presidente, no entanto, pode, por sua vez, tornar-se uma estratégia dilatória da equipa jurídica de Trump, para adiar essa data.
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