Líder eleito de Taiwan reuniu-se com antigos funcionários dos EUA

O Presidente eleito de Taiwan, William Lai, reuniu-se hoje com uma delegação de antigos funcionários norte-americanos de visita à ilha após as eleições presidenciais e legislativas de sábado.

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© An Rong Xu/Bloomberg via Getty Images

Lusa
15/01/2024 08:42 ‧ 15/01/2024 por Lusa

Mundo

Taiwan

O líder do Partido Democrático Progressista (DPP), no poder, encontrou-se com o antigo conselheiro de segurança nacional Stephen Hadley (2001-2009) e o antigo secretário de Estado adjunto James Steinberg (2009-2017), na sede do DPP, segundo a agência oficial CNA.

Lai, até agora vice-presidente de Taiwan, venceu no sábado com 40,05% dos votos, derrotando o opositor do Kuomintang (KMT) Hou Yu-ih (33,49%) e o opositor do Partido Popular de Taiwan (TPP) Ko Wen-Je (26,46%).

Durante o encontro, em que participou igualmente o vice-presidente eleito e antigo embaixador de facto nos Estados Unidos, Hsiao Bi-khim, Lai manifestou a sua intenção de "defender a paz e a estabilidade" no Estreito da Formosa, em conformidade com a política da atual Presidente, Tsai Ing-wen (DPP).

Lai, que vai tomar posse a 20 de maio, enalteceu o comunicado emitido pelo governo norte-americano após as eleições em Taiwan. O texto, que suscitou um protesto formal da China, demonstra a "forte camaradagem" entre os EUA e Taiwan, disse o presidente eleito.

Lai manifestou ainda a esperança de que os Estados Unidos, que descreveu como o parceiro "mais importante" de Taiwan, "possam continuar a apoiar" a ilha, a fim de aprofundar a cooperação mútua e "assegurar a paz, o desenvolvimento e a prosperidade regionais".

O atual presidente de Taiwan recebeu antes no palácio presidencial Hadley e Steinberg, que chegaram no domingo no âmbito de uma visita pessoal promovida pelo governo norte-americano, segundo um comunicado divulgado pelo Instituto Americano (AIT) em Taiwan, que funciona como embaixada de facto de Washington.

A questão de Taiwan continua a ser um dos principais pontos de fricção entre a China e os Estados Unidos, que, para além de serem o principal fornecedor de armas a Taiwan, poderiam ver-se na posição de ter de defender a ilha em caso de conflito.

No domingo, o Governo chinês apresentou uma queixa formal aos Estados Unidos sobre a reação do Departamento de Estado ao resultado das eleições em Taiwan, em que o chefe do departamento, Antony Blinken, felicitou Lai e disse esperar trabalhar com ele e promover a relação bilateral "não oficial" de longa data.

De acordo com o ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, as declarações dos EUA "violaram gravemente o compromisso político dos EUA de manter apenas relações culturais, comerciais e outras relações não oficiais com a região de Taiwan e enviaram um sinal errado às forças separatistas que procuram a independência" da ilha.

Taiwan - para onde o exército nacionalista chinês se retirou depois de ter sido derrotado pelas tropas comunistas na guerra civil - é governada de forma autónoma desde 1949, embora a China reivindique a soberania da ilha, que considera uma província sua, para cuja "reunificação" não exclui o recurso à força.

Leia Também: Nauru muda o reconhecimento diplomático de Taiwan para a China

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