A cidade de Voronezh, no sul da Rússia, declarou estado de emergência, esta terça-feira, na sequência de um ataque de drones ucranianos, no qual duas crianças, de seis e 10 anos, ficaram feridas.
O Ministério da Defesa russo deu conta que cinco drones ucranianos foram destruídos pelas defesas aéreas e três foram intercetados sobre a região de Voronezh. Outros quatro drones foram intercetados na região de Belgorod, reporta a agência Reuters.
Uma mulher, Yelena Fedyainova, revelou que o primeiro ataque ocorreu por volta das 2h30 da madrugada (23h30 de segunda-feira em Portugal continental), tendo explodido a janela do seu apartamento.
"Houve um golpe e um clarão. Agarrei na criança e havia estilhaços e fumo por todo o lado", disse Fedyainova em declarações à Reuters, acrescentando que o filho de seis anos ficou ferido.
O autarca da cidade, Vadim Kstenin, deu ordem para declarar estado de emergência na região para fazer face ao impacto do ataque.
De acordo com a agência noticiosa russa Shot, "pelo menos 15 explosões foram ouvidas" e destroços de drones caíram em zona de prédios residenciais.
Destroços de um drone "caíram na varanda do oitavo andar de um prédio em Teplichnaya", provocando um incêndio, o que obrigou à retirada dos moradores, que foram "temporariamente alojados numa escola".
Outro dos feridos é "uma menina de 10 anos, Dasha, que dormia no quarto", tendo sofrido "cortes no braço, na perna e no pescoço". Foi atendida no local, mas não necessitou de tratamento hospitalar.
Voronezh, cidade que tem mais de 1 milhão de habitantes, fica a cerca de 250 quilómetros da fronteira com a Ucrânia.
De recordar que a Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste ucraniano e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
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