Numa nota publicada no 'site' do Escritório das Nações Unidas para Serviços de Projetos (UNOPS), Jorge Moreira da Silva adiantou que esteve em Al-Arish (Egito) e em Gaza com a nova Coordenadora Sénior de Ajuda Humanitária e de Reconstrução para aquele local, Sigrid Kaag.
"Hoje, queria avaliar os desafios e identificar potenciais soluções operacionais para aumentar o volume, a velocidade e o impacto da ajuda a Gaza", salientou.
Segundo Moreira da Silva, antes entrar em Gaza, o UNOPS teve "discussões construtivas" com o governo do Egito, representado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, da Defesa e da Solidariedade Social, e com a Cruz Vermelha daquele país africano.
Reconhecendo empenho e dedicação, o responsável realçou que, atualmente, o seu gabinete está, em conjunto com a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA), a "adquirir e a fornecer combustível para permitir a resposta humanitária em setores críticos como a saúde, a alimentação, a água, o saneamento e a higiene".
"Além disso, o UNOPS está a fornecer apoio operacional à equipa de ação contra as minas da ONU -- melhorando a segurança das missões de alto risco da ONU e da OMS [Organização Mundial da Saúde] em Gaza, e trazendo colchões e cobertores para distribuição às comunidades afetadas", sublinhou.
Jorge Moreira da Silva garantiu ainda que, a partir do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), a ONU continua a "coordenar o acesso a Gaza através da unidade de coordenação de acesso".
"Em Gaza, a capacidade de fornecer até mesmo ajuda básica foi dizimada por intensas hostilidades, restrições à circulação, escassez de combustível e interrupções nas comunicações. Contra dificuldades inimagináveis, o UNOPS está empenhado em permanecer e ajudar o povo de Gaza, permitindo o acesso, aumentando a segurança e trabalhando para a paz e o desenvolvimento sustentáveis", precisou.
O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita, massacrando cerca de 1.140 pessoas, na maioria civis, e levando mais de 200 reféns, segundo números oficiais de Telavive.
Em retaliação, Israel, que prometeu eliminar o movimento palestiniano considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local, já foram mortas mais de 24.000 pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes -- e feridas acima de 57 mil, também maioritariamente civis.
O conflito provocou também cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.
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