Israel intensifica bombardeamentos na região de Khan Yunis

O Exército israelita assegurou hoje que prossegue a ofensiva terrestre a oeste de Khan Yunis, sul da Faixa de Gaza, após dois meses sem avanços significativos, com 'media' locais a referirem-se aos ataques mais violentos desde o início do conflito.

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Lusa
22/01/2024 19:26 ‧ 22/01/2024 por Lusa

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Israel/Palestina

As forças israelitas "aprofundam a sua manobra terrestre a oeste de Khan Younes", disse um porta-voz militar em comunicado.

Os intensos bombardeamentos israelitas também atingiram os hospitais de Al Amal e Nasser, com dezenas de mortos a chegarem ao último estabelecimento e enterrados em valas comuns no próprio recinto, já repleto de civis feridos pelos combates.

A agência oficial palestiniana Wafa indicou que os dois centros médicos foram invadidos por tropas judaicas, enquanto os serviços de urgência do Crescente Vermelho da Palestina indicava que o hospital Al Amal foi alvo de "intensos ataques" durante a tarde.

Segundo a versão israelita, o Exército atua em Khan Younes para detetar e destruir infraestruturas militares das milícias palestinianas "sem deixar de ter consciência da complexidade da tarefa, já que o Hamas se protege em locais como hospitais e escolas".

O Exército também assegura que utiliza "unidades capacitadas e experimentadas" e sustenta ter iniciado "uma nova fase" da guerra de menor intensidade. No entanto, permanece concentrado nesta área do sul de Gaza, onde estão em condições muito precárias centenas de milhares de deslocados internos.

Segundo a Wafa, Israel "lançou uma feroz campanha contra hospitais e centros de refúgio a oeste de Khan Younes desde o amanhecer", com um balanço de 50 mortos e 10 feridos enviados para o hospital Nasser, enquanto foram registadas mais vítimas mortais por ataques de artilharia e aéreos sobre toda a área, onde Israel admite que possam permanecer os mais de 100 reféns ainda retidos na Faixa de Gaza.

No decurso do dia de hoje, o Crescente Vermelho indicou ter perdido o contacto com parte das suas equipas de auxílio médico "devido à intensificação da invasão terrestre" e que as suas ambulâncias não podiam alcançar os feridos devido ao bloqueio das tropas judaicas que "disparam contra tudo o que se move".

O ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas, assegurou que a "situação humanitária em Khan Younes é catastrófica" e que "numerosos feridos estão deitados no chão no complexo médico Nasser".

Segundo a Wafa, a ajuda humanitária que chegou a este hospital "não cobre 3% das suas capacidades".

As equipas médicas enfrentam extremas dificuldades para tratar os casos graves de feridos" devido à falta de recursos, o que implica "uma ameaça para as vidas dos feridos", indicou o Ministério da Saúde.

O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa na Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 07 de outubro.

Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem na Faixa de Gaza.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas pelo menos 25.000 pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes -- e feridas mais de 63.000, também maioritariamente civis.

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

Desde 07 de outubro, pelo menos 365 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém Leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, para além de se terem registado 5.600 detenções e mais de 3.000 feridos.

Leia Também: Cessar-fogo? Só se Israel "garantir regresso das comunidades do norte"

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