Entre acusações e 'cortes', Gaza terá menos ajuda da ONU. O que se passa?

O alegado envolvimento de funcionários da Organização das Nações Unidas Para os Refugiados Palestinianos no ataque em Israel a 7 de outubro levou a despedimentos na agência e à abertura de um inquérito. Pouco menos de um dia depois de a decisão ser anunciada, já alguns países anunciaram que vão suspender a ajuda para esta agência enquanto decorrerem as investigação.

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© Abed Rahim Khatib/Anadolu via Getty Images

Notícias ao Minuto
27/01/2024 17:20 ‧ 27/01/2024 por Notícias ao Minuto

Mundo

Israel/Palestina

Vários países suspenderam o financiamento à agência da Organização das Nações Unidas Para os Refugiados Palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês).

O travão acontece um dia depois de o diretor da agência, Philippe Lazzarini, anunciar o despedimento de vários funcionários devido a suspeitas de cumplicidade dos mesmos no ataque a 7 de outubro, levado a cabo pelo Hamas.

As suspeitas foram levantadas por Israel e, na dúvida, a ONU decidiu não só suspender os contratos com os funcionários como também abrir uma investigação.

ONU despede funcionários por alegada cumplicidade em ataque do Hamas

A decisão foi tomada depois de alegações de que vários funcionários em Gaza terão participado no ataque levado a cabo pelo grupo islamita em Israel a 7 de outubro.

Notícias ao Minuto | 15:16 - 26/01/2024

Mas quem já suspendeu a ajuda?

A investigação foi anunciada na sexta-feira, e, no mesmo dia, os Estados Unidos, referiram que iriam "suspender temporariamente" todos os futuros financiamentos à agência da ONU que está no centro da distribuição de ajuda aos civis na Faixa de Gaza, sob fogo dos combates entre Israel e o movimento terrorista palestiniano. 

Já hoje, outros países seguiram os passos dos EUA, a começar pelo país vizinho, o Canadá.

"O Canadá leva estas acusações extremamente a sério e está a trabalhar em estreita colaboração com a UNRWA e outros doadores nesta questão", afirmou o ministro canadiano do Desenvolvimento Internacional, Ahmed Hussen, apontando que também iria avançar a suspensão temporária de financiamento.

Na Austrália, também os responsáveis se mostraram extremamente preocupados, referindo que “o pagamento de financiamentos recentes" iria ser suspenso.

Na Europa, também já há quem avance com esta medida, como é o caso de Itália ou mesmo o Reino Unido.

“Suspenderemos temporariamente qualquer financiamento futuro à UNRWA, enquanto analisamos estas alegações muito preocupantes", referiu o ministério dos Negócios Estrangeiros, que se assume "consternado" com as acusações.

Mas de que funcionários se trata?

A comunicação, feita na sexta-feira, por Philippe Lazzarini não dá conta de sobre quantos funcionários caem estas suspeitas. Lazzarini notou ainda que quaisquer funcionários que possam ter estado envolvidos neste ataque serão "responsabilizados" criminalmente.

Na nota de suspensão do financiamento dos EUA, o departamento de Estado listou 12 funcionários envolvidos, um facto ainda não confirmado pelas Nações Unidas.

E o que diz o Hamas?

Entre acusações e suspensões, o Hamas negou, este sábado, que funcionários da ONU tenham colaborado com as suas milícias no ataque de 7 de outubro em Israel.

O grupo islamita referiu-se, em comunicado, a uma "acusação infundada" de Israel, referindo que estava patente "o incitamento contra a Unrwa com o objetivo de cortar o seu financiamento e privar o povo palestiniano do seu direito aos serviços destas agências internacionais".

Antes deste comunicado, o Hamas já tinha feito um apelo à ONU e às organizações internacionais para que "não cedam às ameaças e chantagens de Israel".

Já Israel não quer que a agência da ONU para refugiados palestinianos (UNRWA) desempenhe qualquer papel em Gaza, após o fim da guerra, indicou, este sábado, Israel Katz, ministro dos Negócios Estrangeiros.

A UNRWA foi fundada em 1949 por forma a prestar assistência humanitária e proteção aos refugiados palestinianos. Desde aí que já contratou cerca de 30 mil funcionários, a maioria dos quais são palestinianos.

Segundo a AFP, um relatório conhecido o ano passado concluiu que várias escolas geridas pela agência tinham glorificado o ataque que aconteceu a 7 de outubro.

Leia Também: Reino Unido opõe-se a processo da Africa do Sul contra Israel

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