O jornalista e político russo de oposição Vladimir Kara-Murza foi transferido da colónia penal onde se encontrava detido, na Sibéria, para uma localização secreta, após ter estado quatro meses em prisão solitária.
"Acabámos de saber que, após quatro meses de confinamento na solitária, o meu marido Vladimir Kara-Murza 'deixou' (segundo um funcionário) a colónia penal de regime rigoroso em Omsk para uma direção desconhecida", adiantou a mulher do dissidente, Evgenia Kara-Murza, na rede social X (antigo Twitter).
Sublinhe-se que, como recorda a agência de notícias Reuters, os prisioneiros russos podem desaparecer durante longos períodos enquanto são transferidos de uma colónia penal para a outra.
We just learned that after 4 months of solitary confinement my husband @vkaramurza “left” (as put by an official) the strict-regime penal colony in Omsk in an unknown direction #WhereIsKaraMurza pic.twitter.com/Jsn2hgibL1
— Evgenia Kara-Murza (@ekaramurza) January 29, 2024
Em dezembro, o mesmo aconteceu com o opositor russo Alexei Navalny, quando a sua família e advogados lhe perderam o contacto durante quase três semanas durante uma transferência para uma colónia penal no Ártico.
Vladimir Kara-Murza, que está preso há mais de um ano, era próximo do líder da oposição russa Boris Nemtsov, que foi morto perto do Kremlin em 2015. O opositor sobreviveu a envenenamentos em 2015 e 2017, os quais atribuiu ao Kremlin. As autoridades russas negaram qualquer responsabilidade.
Considerado prisioneiro de consciência pela Amnistia Internacional, Kara-Murza foi homenageado com o Prémio Vaclav Havel de Direitos Humanos 2022, concedido pelo Conselho da Europa.
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