Taiwan deporta para a Malásia três chineses que pediram asilo político

Taiwan deportou para a Malásia três cidadãos chineses que pediram asilo político na ilha, uma decisão que as autoridades taiwanesas disseram ter sido tomada "de acordo com a lei local e os regulamentos internacionais".

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© Johannes Neudecker/picture alliance via Getty Images

Lusa
02/02/2024 07:00 ‧ 02/02/2024 por Lusa

Mundo

Taiwan

De acordo com a agência noticiosa taiwanesa CNA, os três viajantes chineses - Tian Yongte, de 52 anos, Wei Yani (53) e Huang Xingxing (17) - foram reenviados para Kuala Lumpur, de onde vieram, após uma estadia de dois dias no Aeroporto Internacional de Taoyuan, a cerca de 40 quilómetros de Taipé.

Segundo o Corpo de Assuntos Fronteiriços da Agência Nacional de Imigração (NIA, na sigla em inglês) de Taiwan, as três pessoas apresentaram um pedido de asilo político na quarta-feira de manhã, depois de terem aterrado na noite anterior em Taoyuan, onde era suposto apanharem um segundo voo para Pequim.

Durante o interrogatório pelos funcionários da imigração, os três indicaram que a sua intenção era efetivamente viajar para os Estados Unidos, apesar de não terem obtido previamente um visto.

Numa entrevista à Radio Free Asia, Tian Yongte afirmou ser membro do Independent Chinese Pen Center, criado em 2001 por um grupo de escritores chineses no exílio, e signatário da Carta 08, um manifesto a favor da reforma política e da democratização da República Popular da China.

"Fui perseguido na China durante muitos anos, por isso fui para a Tailândia, mas senti que a Tailândia também não era segura, por isso vim para Taiwan com o objetivo de viajar para os Estados Unidos", disse Tian.

Wei Yani, natural da província de Guangxi e mãe de Huang Xingxing, disse que era uma "prisioneira política", envolvida nos movimentos liderados pelos defensores dos direitos humanos Xu Zhiyong e Ding Jiaxi, e por isso não queria regressar à China.

Esta não é a primeira vez que um cidadão chinês pede asilo no aeroporto de Taoyuan: em setembro, o dissidente Chen Siming ficou retido durante mais de dez dias na sala de espera do mesmo aeroporto até conseguir voar para o Canadá.

O vice-presidente e porta-voz do Conselho para os Assuntos Continentais de Taiwan, Zhan Zhi-hong, disse em conferência de imprensa que o caso de Chen era diferente, uma vez que este tinha contactado as autoridades canadianas antes da sua chegada a Taiwan.

No entanto, Tian, Wei e Huang chegaram ao aeroporto de Taoyuan sem vistos ou autorizações de entrada válidos e foram deportados para o seu destino anterior "de acordo com as práticas internacionais gerais e as leis existentes", disse Zhan.

Leia Também: Principal partido da oposição de Taiwan ganha a presidência do parlamento

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