Nepal. Deputados pedem a Governo dados de cidadãos recrutados pela Rússia
Vários deputados do Nepal pediram ao Governo informações sobre o recrutamento de nepaleses pela Rússia para combater na Ucrânia, na sequência de informações sobre o número de mercenários do país asiático, que pode ascender a 15 mil.
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Mundo Nepal
O deputado e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Bimala Rai Paudyal, indicou, perante o Parlamento, que alguns cidadãos recrutados que "conseguiram escapar" situaram o número entre 14.000 e 15.000, embora o Governo aponte para apenas 200.
"A questão é realçar a falta de dados autênticos sobre quantos nepaleses são recrutados [por Moscovo]", realçou, em declarações à agência Europa Press.
"O dilema é que, por um lado, o Governo do Nepal estima que cerca de 200 cidadãos nepaleses se juntaram ao Exército russo e, por outro lado, os repatriados mencionam que há entre 14.000 e 15.000 nepaleses na frente de combate, dos quais muitos já morreram", acrescentou.
Este deputado pediu ao Governo que exija à Rússia "informação sobre o número exato de nepaleses que foram recrutados".
"As pessoas estão preocupadas com a falta de informação e o Governo deve saber quantos cidadãos estão em perigo para que possamos trabalhar para os resgatar", defendeu.
Em janeiro, o Governo nepalês suspendeu a emissão de autorizações de trabalho para a Rússia e a Ucrânia, precisamente depois de verificar que dezenas dos seus cidadãos foram recrutados para este fim ou se juntaram a grupos mercenários russos durante a guerra.
O político nepalês Kritu Bhandari indicou que, nas últimas semanas, cerca de 2.000 famílias solicitaram informações sobre os seus familiares alegadamente recrutados.
A Rússia ofereceu aos cidadãos nepaleses condições favoráveis em troca da assinatura destes contratos, incluindo um salário entre 2.000 e 4.000 dólares por mês (cerca de 1.800 e 3.700 euros, à taxa de câmbio atual) e a emissão de um passaporte russo.
O primeiro-ministro do Nepal, Pushpa Kamal Dahal, indicou que o Governo dispõe de informações que confirmam a presença de nepaleses combatentes no Exército russo e declarou a sua intenção de iniciar o processo de repatriamento o mais rapidamente possível.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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