"Hoje, toda a gente quer isso no Ocidente e os nossos bielorrussos fugitivos estão na vanguarda, no que diz respeito à Bielorrússia, no que diz respeito à derrota da Rússia na guerra com a Ucrânia", disse Lukashenko em Minsk.
Num discurso perante a assembleia geral da União das Sociedades de Consumidores da Bielorrússia, Lukashenko começou por informar que iria dizer "o essencial, sem especificar".
Depois, segundo a agência russa TASS, citou um excerto das alegadas negociações entre a oposição no estrangeiro e indivíduos no Ocidente.
"A Polónia tem direito às terras ocidentais da Bielorrússia. E, em caso de derrota da Rússia, a Bielorrússia crescerá à custa das terras ocidentais da Rússia", afirmou, também citado pela agência bielorrussa BelTA.
"Eles vão cortar-nos alguma coisa das regiões de Smolensk, Bryansk, talvez Pskov. E temos de dar a Bielorrússia Ocidental até Minsk - como sabem, havia uma fronteira - à Polónia", disse Lukashenko.
O líder bielorrusso, o maior aliado da Rússia na guerra contra a Ucrânia, afirmou discordar de tais planos e prometeu fazer tudo para preservar a integridade territorial da Bielorrússia.
"Lutaremos até ao fim pelas nossas terras", afirmou, referindo que a Bielorrússia não reclama "nem terras russas nem ucranianas".
"O que temos historicamente é suficiente para nós", acrescentou.
Durante a reunião, Lukashenko anunciou a detenção de vários alegados sabotadores na fronteira ucraniana, que acusou de planearem ataques contra a Rússia e a Bielorrússia.
"Hoje, foram detidos vários sabotadores na fronteira ucraniana. Com a ajuda de 'drones' e através de pântanos, cidadãos ucranianos rastejaram até à nossa fronteira e transferiram explosivos para cometer sabotagem", afirmou.
Referiu que a operação antiterrorista tinha terminado e que "ninguém se apercebeu" do que sucedera.
"Todos os sabotadores foram detidos, entre eles vários bielorrussos", disse, sem especificar.
Acrescentou que este tipo de situação ocorre "duas ou três vezes por semana".
As autoridades bielorrussas tinham declarado na quinta-feira um regime de operação antiterrorista no distrito de Lelchitsy, na região de Gomel, que tem fronteiras com a Ucrânia e a Rússia, segundo a TASS.
A Rússia invadiu a Ucrânia há cerca de dois anos, em 24 de fevereiro de 2022, e declarou como anexadas à Federação Russa as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia.
Moscovo já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.
Kyiv e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem as anexações.
A Ucrânia exige a retirada total das tropas russas do seu território, incluindo da Crimeia, como condição prévia para eventuais conversações de paz.
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