Navalny, da política aos processos judiciais: O que aconteceu desde 2007

O opositor russo Alexei Navalny, que morreu hoje numa prisão do Ártico onde cumpria uma pena de 19 anos, foi alvo de vários processos judiciais desde que se destacou como líder ultranacionalista em 2007.

Notícia

© Reuters

Lusa
16/02/2024 14:07 ‧ 16/02/2024 por Lusa

Mundo

Navalny

Eis algumas das principais datas das atividades políticas e processos judiciais em que esteve envolvido:

2007

- Acionista de empresas públicas e formado em direito comercial, Navalny iniciou a compra de ações de empresas públicas em 2007 para ter acesso à contabilidade oficial e exigir transparência.

Nesse mesmo ano, foi expulso do partido da oposição liberal Yabloko devido a opiniões ultranacionalistas.

2010

- Lançou o portal Web Rospil para denunciar casos de corrupção na administração pública.

2011

- Navalny liderou o movimento de protesto contra as eleições legislativas em que venceu o partido no poder.

As manifestações, sem precedentes, foram as mais participadas desde a chegada de Putin ao poder, em 2000.

Foi pela primeira vez condenado a penas de prisão e criou a Fundação Anti-Corrupção (FBK).

2013

- Num julgamento por fraude, foi condenado em julho a cinco anos de prisão por desvio de dinheiro da empresa de madeiras Kirovles, na região de Kirov (oeste da Rússia).

Em tribunal, alegou que se tratava de um "julgamento político" e conseguiu uma pena suspensa, após recurso.

Em setembro, Tornou-se o "rosto da oposição" com 27,2% dos votos na eleição para a presidência da Câmara de Moscovo contra o presidente cessante, próximo de Putin.

Dois anos mais tarde, o Partido do Progresso que liderava foi banido.

2017

- Numa investigação publicada na rede social YouTube, acusa o primeiro-ministro Dmitri Medvedev de ser o chefe de um império imobiliário financiado por oligarcas.

Milhares de manifestantes apoiantes de Navalny brandiram patos de plástico, em referência a uma "casa para patos" que Medvedev tinha numa das residências.

2020

- No dia 20 de agosto foi hospitalizado em estado grave na Sibéria tendo sido transferido em coma para Berlim, a pedido da família.

No dia 02 de setembro, especialistas alemães em Berlim concluem que Navalny tinha sido envenenado por uma substância do tipo "Novitchok", um agente nervoso desenvolvido para fins militares durante a era soviética.

Navalny acusa Putin de envolvimento no caso de envenenamento.

2021

- 17 de janeiro: De regresso à Rússia após a convalescença em Berlim, foi detido assim que aterrou em Moscovo, a 17 de janeiro de 2021, suscitando manifestações com dezenas de milhares de apoiantes.

Na mesma altura, colaboradores de Navalny divulgam informações sobre um palácio mandado construir por Vladimir Putin nas margens do Mar Negro.

A investigação acumula dezenas de milhões de visualizações na rede social YouTube.

O chefe de Estado desmente as acusações.

- 02 de fevereiro: Justiça russa converteu a pena suspensa por "fraude" numa pena de dois anos e meio de cadeia, enviando Navalny para uma colónia penal a 100 quilómetros a leste de Moscovo.

As manifestações de apoio a Navalny foram reprimidas e cerca de dez mil pessoas foram detidas em todo o país.

A organização anti-corrupção FBK é encerrada por alegado extremismo.

- 20 de outubro: É galardoado com o Prémio Sakharov para a liberdade de pensamento.

2022

- 22 de março: Depois de ser incluído na lista de "terroristas e extremistas" e considerado culpado de "fraude" e "desacato em tribunal", foi a nove anos de prisão e transferido para uma prisão a 250 quilómetros a leste de Moscovo, de onde criticou a invasão da Ucrânia.

2023

- 04 de agosto: Foi condenado a 19 anos de prisão por "extremismo".

- 25 de dezembro: Um porta-voz anuncia a transferência de Navalny para a colónia prisional de Kharp, no Ártico russo.

No dia seguinte, o próprio afirmou nas redes sociais que se encontrava bem.

2024

- 01 de fevereiro: Apelou à realização de manifestações em toda a Rússia durante as eleições presidenciais que se vão realizar entre os dias 15 e 17 de março, e que devem permitir a Vladimir Putin manter-se no poder, pelo menos, até 2030.

- 16 de fevereiro: A agência TASS noticiou que Alexei Navalny morreu na prisão.

Os Serviços Prisionais Federais (FSIN) informaram num comunicado que Navalny se sentiu mal após uma caminhada e perdeu a consciência. 

Leia Também: Cravinho lamenta morte de Navalny e acusa Putin de ser "responsável"

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas