"Ser humanista hoje é condenar o Hamas e Israel", diz Lula da Silva

O Presidente do Brasil, Lula da Silva, defendeu hoje em Adis Abeba, na cimeira da União Africana (UA), que "ser humanista hoje é condenar o Hamas e Israel".

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Lusa
17/02/2024 11:50 ‧ 17/02/2024 por Lusa

Mundo

cimeira da União Africana (UA)

"O momento é propício para resgatar as melhores tradições humanistas dos grandes líderes da descolonização africana. Ser humanista hoje implica condenar os ataques perpetrados pelo Hamas contra civis israelitas e demandar a libertação imediata de todos os reféns", defendeu Lula da Silva, no discurso que fez na cerimónia de abertura da 37.ª cimeira da UA.

"Ser humanista impõe igualmente a recusa à resposta desproporcional de Israel, que vitimou quase 30.000 palestinianos, na sua ampla maioria mulheres e crianças, e provocou o deslocamento forçado de mais de 80% da população", acrescentou.

Lula da Silva, que interveio a seguir ao primeiro-ministro da Palestina, Mohammad Chtayyeh, defendeu que a solução para a crise no Médio Oriente "só será duradoura se se avançar rapidamente na criação de um Estado palestiniano livre e soberano".

"Um Estado palestiniano que seja reconhecido como membro pleno das Nações Unidas, de uma ONU fortalecida e que tenha um Conselho de Segurança mais representativo, sem países com poder de veto e com membros permanentes da África e da América Latina", considerou.

A União Africana (UA) iniciou hoje, em Adis Abeba, a sua 37.ª Cimeira ordinária, com o Sahel, a instabilidade política e o agudizar de conflitos regionais a porem à prova a sua vitalidade e credibilidade.

Os chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros vão ter de fazer prova de fé na coerência dos princípios constitutivos da UA, que nestes últimos 12 meses foi posta à prova pela turbulência provocada por golpes militares no Sahel, que levou três países -- Burkina Faso, Mali e Níger -, a anunciarem a saída da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

A agitação no Senegal, apresentado como baluarte da democracia e alternância de poder, fez levantar acusações ao Presidente, Macky Sall, de ter perpetrado um "golpe constitucional" para se manter no poder, e os conflitos no Sudão, Líbia e a quase confrontação direta entre a República Democrática do Congo e o Ruanda são outros desafios na agenda de trabalhos de dois dias.

Nesta cimeira deverá ser escolhida a Mauritânia como solução de recurso para suceder às Comores na presidência da UA em 2024.

Leia Também: António Guterres obrigado a faltar a encontro com líderes africanos

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