Alexei Navalny foi provavelmente morto com um "murro no coração" - uma técnica ensinada aos agentes das forças especiais da KGB - depois de ter sido exposto frio extremo durante várias horas, afirma um ativista.
Vladimir Osechkin, fundador do grupo de direitos humanos Gulagu.net, disse ao The Times que os hematomas encontrados no corpo do líder da oposição eram consistentes com uma técnica "registada" pelo KGB, citando uma fonte da colónia penal do Ártico, onde Navalny morreu na sexta-feira.
Antes da sua morte, Navalny, de 47 anos, terá sido forçado a passar entre duas horas e meia a quatro horas num espaço de confinamento solitário ao ar livre, onde as temperaturas podiam cair aos 27ºC negativos, disse Osechkin. Os prisioneiros normalmente são deixados ao ar livre por não mais do que uma hora, e muito menos em ambientes fechados.
“Eu penso que eles primeiro destruíram o seu corpo ao deixá-lo ao frio durante muito tempo e reduzindo ao mínimo a circulação sanguínea”, disse Vladimir Osechkin, indicando que essas condições tornam "muito fácil matar alguém em segundos", sendo um soco no peito fatal para alguém exposto a temperaturas tão baixas.
Este método, afiança, não é novo para a Rússia: "É um antigo método das forças das operações especiais do KGB".
Alexei Navalny, um dos principais opositores do Presidente russo, morreu a 16 de fevereiro, aos 47 anos, numa prisão do Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos.
Os serviços penitenciários da Rússia indicaram que Navalny se sentiu mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência. Destacados dirigentes ocidentais, a família e apoiantes do opositor responsabilizam Vladimir Putin pela sua morte.
A mulher de Navalny divulgou mesmo uma declaração em vídeo sobre a morte do seu marido, acusando a Rússia de ter envenenado o opositor de Putin.
As autoridades russas negaram e transmitiram aos próximos de Navalny que será realizada uma "perícia química" ao seu corpo durante pelo menos 14 dias, antes de o entregar à família.
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