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Irão prolonga por mais duas horas horário da votação das legislativas

As autoridades do Irão prolongaram hoje, pela segunda vez e por mais duas horas, o horário de votação nas eleições parlamentares e para a assembleia de especialistas, dominadas pelo regime teocrático, no meio do descontentamento popular que ameaça uma baixa participação.

Irão prolonga por mais duas horas horário da votação das legislativas
Notícias ao Minuto

17:50 - 01/03/24 por Lusa

Mundo Irão

O porta-voz da comissão eleitoral iraniana, Mohsen Eslami, anunciou o prolongamento da votação em duas horas, até às 22:00 locais (18:30 em Lisboa), informou a agência noticiosa Mehr. Anteriormente, as autoridades iranianas tinham alargado a hora original de encerramento das urnas das 18:00 para as 20:00.

Desconhece-se a taxa de participação até ao momento. 

Cerca de 60.000 assembleias de voto abriram às 08:00 horas locais (04:30 em Lisboa) em todo o país, onde se espera que mais de 61 milhões de pessoas vão às urnas.

Cerca de 15.200 candidatos -- 1.713 dos quais mulheres - disputam os 290 lugares do Parlamento, enquanto 144 clérigos concorrem aos 88 lugares da Assembleia de Peritos, o órgão que elege o líder supremo da República Islâmica em caso de vacatura.

Este órgão é eleito de oito em oito anos e poderá desempenhar um papel decisivo nesta legislatura, uma vez que o líder supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, já tem 84 anos.

As eleições são dominadas pelo bloco conservador, que dispõe atualmente de uma maioria parlamentar, após a desqualificação de numerosos candidatos reformistas, que puseram em causa a liberdade das eleições e, em alguns casos, apelaram ao boicote.

Khamenei foi o primeiro iraniano a votar, num ato transmitido pela televisão em que apelou novamente ao voto para "desiludir os inimigos" perante a aparente indiferença do eleitorado.

"Façam os nossos amigos felizes e desiludam os nossos inimigos. Por favor, votem", apelou o líder supremo iraniano.

No polo oposto, centenas de ativistas, políticos, estudantes e professores apelaram à abstenção nas urnas, incluindo a Prémio Nobel da Paz Narges Mohammadi, que vê o boicote como "uma obrigação moral para os iranianos amantes da liberdade e que procuram a justiça".

As sondagens apontam para uma taxa de participação entre 30% e 41%, em comparação com as eleições legislativas de 2020, em que 42% dos eleitores votaram, o nível mais baixo da história da República Islâmica, que sempre atribuiu grande importância a uma elevada taxa de participação eleitoral como prova da sua legitimidade e apoio popular.

Desta forma, estas eleições medem o nível de descontentamento da população com a República Islâmica, após a repressão policial dos protestos desencadeados pela morte, em 2022, da jovem Mahsa Amini, após ser detida por não usar corretamente o véu islâmico, e em que 500 manifestantes foram mortos em confrontos com as forças de segurança e oito outros foram enforcados.

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