A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse em conferência de imprensa que a China expressou o seu "forte protesto" a Manila pelo incidente, ao mesmo tempo que defendeu o comportamento da guarda costeira chinesa, que respondeu a "uma intrusão não autorizada", segundo Mao.
De acordo com a versão dada pelas autoridades filipinas, o confronto ocorreu quando três navios da guarda costeira filipina foram destacados para ajudar a abastecer as forças armadas do país insular.
"Durante a operação, os navios da Guarda Costeira filipina foram confrontados com manobras perigosas e com o bloqueio da Guarda Costeira chinesa e das milícias marítimas chinesas. As suas ações imprudentes e ilegais resultaram numa colisão entre o navio MHRRV-4407 e o navio da Guarda Costeira chinesa 21555", segundo o diretor do pessoal da Guarda Costeira filipina, Jay Tarriela.
De acordo com Mao, a China e as Filipinas "mantiveram comunicações para gerir adequadamente a situação" no Atol de Ayungin (conhecido como Ren'ai na China), mas acusou as Filipinas de "violar novamente o seu compromisso com a China" ao "provocar um incidente" no atol, o que, segundo ela, constitui uma "grave violação" da soberania territorial e dos direitos marítimos de Pequim.
A porta-voz exortou as Filipinas a pôr termo às suas "provocações e infrações" no Mar do Sul da China e a "não tomar qualquer medida que possa complicar a situação".
O Mar do Sul da China tem sido palco de numerosos incidentes entre a China e as Filipinas: no final de fevereiro, Manila acusou a guarda costeira chinesa de bloquear a passagem de um dos seus navios quando este transportava combustível para os pescadores.
A China e as Filipinas disputam a soberania de várias ilhas e atóis no Mar do Sul da China, que Pequim reivindica quase na totalidade por "razões históricas", embora o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia tenha decidido em 2016 a favor de Manila numa sentença.
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