Israel. Estados Unidos instam Hamas a aceitar "cessar-fogo imediato"

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, apelou hoje ao Hamas para aceitar um "cessar-fogo imediato" com Israel, numa altura em que estão em curso negociações no Cairo entre o movimento islamita palestiniano e mediadores internacionais.

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Lusa
05/03/2024 16:43 ‧ 05/03/2024 por Lusa

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Israel/Palestina

"Temos uma oportunidade [de alcançar] um cessar-fogo imediato que poderá trazer reféns [em posse do Hamas] para casa, permitir um aumento significativo da ajuda humanitária aos palestinianos que dela necessitam tão desesperadamente, e que poderá então também criar as condições para uma resolução duradoura" do conflito, declarou o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, que hoje recebeu em Washington o primeiro-ministro do Qatar, um dos países envolvidos na mediação internacional.

"Cabe ao Hamas decidir se está pronto para apoiar este cessar-fogo", acrescentou.

O primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdulrahmane Al-Thani, cujo país desempenha um papel fundamental nas negociações, prometeu ser "persistente para garantir que este acordo seja concluído".

"Apesar dos esforços daqueles que tentam minar a paz, queremos a paz, queremos o fim do sofrimento humanitário, queremos que os reféns regressem às suas famílias", referiu.

Antony Blinken também apelou a Israel para permitir que mais ajuda humanitária chegue à Faixa de Gaza, onde a ONU diz que a fome é quase inevitável, o que levou Washington a recorrer a lançamentos aéreos de ajuda.

"Israel deve maximizar todos os meios possíveis, todos os métodos possíveis, para levar ajuda a quem precisa", disse Blinken, apelando ao país para abrir mais pontos de passagem de apoio humanitário para o enclave palestiniano.

A 07 de outubro de 2023, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 130 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 151.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 30.631 mortos, mais de 71.000 feridos e cerca de 8.000 desaparecidos soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.

O conflito fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de desnutrição que já está a fazer vítimas, segundo a ONU.

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, territórios ocupados pelo Estado judaico, mais de 400 palestinianos foram mortos desde 07 de outubro pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos, além de se terem registado mais de 3.000 feridos e 6.650 detenções.

Leia Também: Borrell junta-se a Kamala Harris e exige cessar-fogo imediato em Gaza

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