"Estamos prontos a fazer tudo o que for possível para garantir a segurança em qualquer ponto em que estejamos de alguma forma relacionados com a energia nuclear", afirmou Putin no início de uma reunião com Grossi.
Putin reconheceu que a agenda de Grossi inclui uma série de questões "particularmente sensíveis", numa referência à central nuclear ucraniana de Zaporijia, controlada pela Rússia, segundo a agência espanhola EFE.
O Presidente russo disse estar pronto para discutir "qualquer assunto" com o chefe da AIEA, elogiando o argentino pelas medidas que tomou para reforçar a cooperação com a Rússia.
Putin recordou que a Rússia é um dos líderes no domínio nuclear, uma fonte de energia limpa, e sublinhou que Moscovo está a fazer todos os possíveis para "aumentar a segurança das instalações nucleares".
"Estamos prontos a partilhar os nossos progressos com todos os parceiros interessados", acrescentou durante a reunião na estância balnear de Sochi, no Mar Negro, na presença do chefe da agência atómica russa Rosatom, Alexei Likhachov.
Grossi considerou a reunião "extremamente importante" e recordou que o último encontro com o dirigente russo ocorreu há 18 meses, em São Petersburgo.
"Parece-me que tudo o que aconteceu desde então mostra ainda mais como esta reunião é oportuna. (...) Há desafios e questões sensíveis", afirmou.
Grossi referiu que a conversa que manteve hoje de manhã com Liikhachev, na presença de especialistas da AIEA e da Rosatom, se centrou principalmente na minimização dos riscos para a central de Zaporijia, a maior da Europa.
"A situação em Zaporijia continua muito precária", afirmou Grossi na segunda-feira, durante um discurso perante o Conselho de Governadores da agência da ONU.
Numa reunião posterior com os meios de comunicação social, Grossi afirmou que o pessoal da AIEA destacado para a central reportou um aumento da atividade militar nas imediações durante o fim de semana.
Isso significa que "a integridade física das instalações continua em risco", afirmou.
Nas últimas semanas, as tropas russas intensificaram a ofensiva para recuperar o terreno perdido no norte da região meridional de Zaporijia, cuja capital está sob controlo ucraniano.
A última visita de Grossi à Rússia para abordar a situação na central elétrica de Zaporijia ocorreu há um ano.
A Rússia assumiu o controlo da central de Zaporijia pouco depois de ter invadido a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
A segurança de Zaporijia tem sido uma fonte de preocupação para a AIEA e as autoridades ucranianas, num país que sofreu o pior acidente nuclear de sempre em 1986, na central de Chernobyl, quando ainda integrava a União Soviética.
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