Ruto revelou, através das redes sociais, que manteve uma conversa telefónica com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, a quem garantiu que "o Quénia vai assumir a liderança da Missão de Apoio à Segurança das Nações Unidas no Haiti" logo que seja nomeado um Conselho Presidencial de Transição no país caribenho.
"Ele [Blinken] informou-me que esse órgão será formado em breve", acrescentou.
O presidente partilhou esta mensagem tranquilizadora depois de o Ministério dos Negócios Estrangeiros queniano ter anunciado, na terça-feira, que o envio de um contingente de mil polícias quenianos para o Haiti tinha sido adiado, na sequência do anúncio da demissão do primeiro-ministro do país, Ariel Henry.
Em declarações aos meios de comunicação locais na terça-feira, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros quenianio, Korir Sing'oei, sublinhou que o compromisso de Henry de se demitir era uma "mudança fundamental das circunstâncias".
"Sem uma administração política no Haiti, não há nenhuma âncora sobre a qual um destacamento policial possa assentar, por isso o Governo [queniano] vai esperar pelo estabelecimento de uma nova autoridade constitucional no Haiti antes de tomar quaisquer outras decisões sobre o assunto", disse Sing'oei na terça-feira.
A demissão de Ariel Henry foi exigida por um dos líderes dos bandos armados que tomaram o controlo de partes do Haiti, incluindo a capital, Port-au-Prince, para pôr fim a uma onda de violência que, até à data, já desalojou mais de 15 mil haitianos das suas casas.
A violência na capital aumentou significativamente desde que se soube, em 28 de fevereiro, que Henry se tinha comprometido a realizar eleições antes do final de agosto de 2025, uma data muito distante da data prevista para o termo do seu mandato, em 07 de fevereiro.
Sem eleições desde 2016, o Haiti não tem atualmente nem um parlamento nem um presidente, tendo o último chefe de Estado, Jovenel Moïse, sido assassinado em 2021.
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