A campa de Jean-Marie Le Pen, figura histórica da extrema-direita francesa, sofreu "danos significativos" após ser vandalizado na noite de quinta-feira, em La Trinité-sur-Mer, a sua cidade natal.
Segundo a imprensa francesa, a informação foi confirmada pelo eurodeputado Philippe Olivier, casado com Marie-Caroline de Le Pen, uma das filhas de Le Pen.
"Posso confirmar que o túmulo foi profanado", adiantou à France Info.
Já o Le Figaro adiantou, citando fonte policial, que a campa foi destruída por uma marreta. A polícia encontra-se no local a investigar o incidente e o cemitério encontra-se fechado ao público esta sexta-feira.
Le caveau de la famille du fondateur du FN a été partiellement détruit à la Trinité-sur-Mer, dans le Morbihan. Le cimetière est depuis fermé au public.
— Le Figaro (@Le_Figaro) January 31, 2025
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"Não há palavras para descrever aqueles que atacam o mais sagrado dos bens. Aqueles que atacam os mortos são capazes do pior contra os vivos", afirmou Marie-Caroline Le Pen na rede social X.
"Os gendarmes deslocaram-se ao local. Os danos parecem ser consideráveis", acrescentou o eurodeputado Gilles Pennelle, do partido de extrema-direita União Nacional (RN, anterior FN) e conselheiro regional da Bretanha.
Para o eurodeputado, "é impossível vigiar o túmulo 24 horas por dia", criticando o vandalismo em que "a cobardia se junta à abjeção".
O presidente da Câmara de La Trinité-sur-Mer, Yves Normand, disse ao canal BFMTV que não iria fazer "qualquer declaração sobre o vandalismo do túmulo da família Le Pen", frisando que "os gendarmes estão no local desde esta manhã para efetuar investigações".
"Enquanto a gendarmaria efetua as suas investigações, o cemitério está fechado. Uma vez concluídas, será reaberto à hora habitual", acrescentou a Câmara Municipal de La Trinité-sur-Mer.
Jean-Marie le Pen, que morreu a 07 de janeiro, foi sepultado no jazigo onde estão também sepultados os seus pais.
O funeral do candidato às eleições presidenciais de 2002 realizou-se a 11 de janeiro na sua cidade natal, La Trinité-sur-Mer, onde a família Le Pen ainda tem a sua casa, na mais estrita privacidade familiar e com medidas de segurança para evitar qualquer perturbação pública.
Após o anúncio do falecimento do líder de extrema-direita, obcecado pela imigração e pelos judeus, centenas de opositores reuniram-se em várias cidades francesas, incluindo Paris, Lyon e Rennes, para celebrar a sua morte com cânticos, bombas de fumo e fogo-de-artifício.
O candidato às eleições presidenciais de 2002 morreu no início de janeiro num centro de saúde em Garches, nos arredores de Paris, onde estava hospitalizado há semanas, segundo a sua família.
O anúncio da sua morte gerou muitas reações políticas e algumas manifestações de alegria que reuniram cerca de um milhar de pessoas na Place de la République em Paris e várias centenas noutras cidades francesas como Lyon, onde no final da manifestação se registaram confrontos com as forças da ordem e sete detenções.
[Notícia atualizada às 13h27]
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