"Hoje estamos a pedir ao governo que abra as negociações que os sindicatos estão à espera desde o ano passado, sem mais atrasos, precisamos de discutir salários e medidas gerais para todos", disse à RFI a secretária-geral do serviço público da Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT), Mylène Jacquot.
A secretária-geral defendeu que o governo não pode "fazer economias no orçamento quando se trata da gestão de 5 milhões a 5,5 milhões de trabalhadores", tendo de reconhecer o trabalho e compromisso profissional dos funcionários públicos apesar das restrições orçamentais.
Após os aumentos salariais de 3,5% e 1,5% concedidos em 2022 e 2023, respetivamente, oito sindicatos (CGT, FO, CFDT, Unsa, FSU, Solidaires, CFE-CGC, FA-FP) apelaram hoje a que 5,7 milhões de funcionários fizessem greve e se manifestassem nas ruas "contra a falta de perspetivas de aumento num contexto inflacionista".
Na função pública estatal, a adesão à greve foi de 6,4% até ao meio-dia, segundo o Ministério da Função Pública, citado pela AFP.
O grupo de sindicatos que convocou a greve de professores apela ainda a um "plano de emergência" de 358 milhões de euros para o setor da educação.
De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Educação, a greve teve uma adesão de 7,61% dos funcionários das escolas, incluindo 8,80% professores. A maior taxa de mobilização foi registada no ensino universitário com 14,86%, de acordo com a mesma fonte.
Em Paris, a manifestação liderada pela secretária-geral da Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT), Marylise Léon, juntamente com Sophie Binet, da CGT, e Frédéric Souillot, da Força Operária (FO), teve como ponto de encontro o Jardim do Luxemburgo às 14 horas locais, com o bairro dos Ministérios como o destino final.
A Confederação Geral do Trabalho (CGT), um dos principais sindicatos de França, anunciou no início do mês realizar greves no setor público durante os Jogos Olímpicos Paris2024, a decorrer de 26 de julho a 11 de agosto.
O anúncio da CGT, que irá apresentar avisos de greve no início de abril, surgiu poucos dias após o presidente do comité organizador de Paris2024, Tony Estanguet, ter pedido uma trégua social durante o evento.
Leia Também: "Provocação irresponsável". Paris responde a chefe da espionagem russa