A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, afirmou, esta quarta-feira, que a Rússia continuará a destacar a necessidade de realizar uma investigação transparente sobre o ato de sabotagem que destruiu o gasoduto Nord Stream em setembro de 2022.
"Vamos esperar pelos resultados da investigação. Se o Ocidente não conseguir concluir uma investigação, há outra em curso aqui. No cenário internacional, continuaremos a enfatizar continuamente a necessidade de transparência", destacou a diplomata, em declarações à rádio Sputnik.
De acordo com Zakharova, a lógica baseada em factos sugere que Washington, especificamente a administração do presidente dos EUA, Joe Biden, era a que tinha maior probabilidade de beneficiar com as explosões do Nord Stream.
A diplomata sublinhou ainda que na "era pré-sanções", a Rússia "e os países da União Europeia alcançaram resultados fantásticos, construindo uma interação verdadeira e prática no domínio económico, incluindo no setor energético".
"Esta foi precisamente uma das razões pelas quais os Estados Unidos (...) começaram a atingir esses laços", afirmou, acrescentando que os EUA não conseguiram tolerar uma relação entre a Rússia e a UE e, por isso, tomaram medidas radicais para a perturbar.
De recordar que os ataques aos gasodutos Nord Stream, que não estavam em funcionamento na altura do incidente, ocorreram a 26 de setembro de 2022 e provocaram duas fugas em cada um deles: duas na zona dinamarquesa e duas na zona sueca, todas em águas internacionais.
Em março passado, o Conselho de Segurança rejeitou uma proposta russa de iniciar uma investigação internacional às explosões, com a maioria dos membros a defender a continuidade das investigações conduzidas pela Alemanha, Dinamarca e Suécia.
Embora a Rússia tenha insistido que se tratou de uma sabotagem de países "anglo-saxónicos", a comunidade internacional cerrou fileiras sobre o assunto e acusou o Kremlin de ter realizado um ataque de "falsa bandeira" (encenar um ataque e atribuir culpas a terceiros).
Os ataques ocorreram quando a Europa estava a afastar-se das fontes de energia russas, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, contribuindo para as tensões que se seguiram ao início da guerra no território ucraniano em fevereiro de 2022.
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