Segundo reporta o El Mundo, o jornalista foi notificado ao final do dia de terça-feira, por um funcionário do Estado russo, de que teria de abandonar o território em 24 horas e já se encontra fora do país.
O El Mundo acrescenta que o funcionário do Kremlin terá advertido Colás de que iria "ter problemas" se não abandonasse o país antes que o seu visto de jornalista expirasse.
"É difícil meter 12 anos da tua vida em três malas durante a noite e fechar a porta a saber que também vais estar proibido de entrar nesse apartamento no dia seguinte, mas nós, os correspondentes, estamos onde nos deixam estar, embora sem deixar que ninguém nos diga o que contar ou não", disse Xavier Colás, citado pelo El Mundo.
Después de 12 años informando desde Moscú las autoridades rusas han rechazado a última hora renovar mi visado de periodista y sólo he contado con 24 horas para salir del país, dejando atrás demasiado. No me arrepiento de nada.
— Xavier Colás (@xaviercolas) March 20, 2024
Simplemente he hecho mi trabajo: he contado lo que… pic.twitter.com/DU5VcmlEaF
A atividade jornalística tem ficado mais difícil do que o habitual para os correspondentes estrangeiros na Rússia durante os últimos meses e a negação de renovação do visto de jornalista é uma das ferramentas habituais de regimes como o do Kremlin para comprometer a liberdade de expressão e impedir a cobertura internacional dos acontecimentos no país.
Ainda segundo o El Mundo, o seu enviado terá recebido em sua casa, nos últimos tempos, a visita de agentes de polícia russos que o advertiram para deixar de cobrir manifestações de mulheres e de militares russos, que são dos poucos sinais visíveis de descontentamento com a guerra.
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