Vários países prestaram homenagem às vítimas do ataque de sexta-feira na sala de espetáculos Crocus City Hall, em Krasnogorsk, nos subúrbios de Moscovo, levado a cabo pelo Estado Islâmico (EI).
Pelo menos 133 pessoas morreram e mais de 150 ficaram feridas num atentado que, segundo o EI, se insere no contexto da "guerra violenta" entre o grupo e "os países que lutam contra o Islão".
O luto sentido na Rússia alastrou-se até países como Inglaterra, Dinamarca, Sérvia, Países Baixos, França, Alemanha, Finlândia e até mesmo Índia, nos quais as Embaixadas russas abrigam, agora, flores e ursos de peluche, numa referência às crianças que também perderam a vida ou ficaram feridas no atentado, tal como poderá ver na galeria acima.
Recorde-se que o Serviço Federal de Segurança (FSB) russo relatou, no sábado, a detenção de onze indivíduos alegadamente ligados ao atentado, entre os quais os quatro terroristas que terão perpetuado diretamente o ataque.
O presidente russo, Vladimir Putin, condenou ontem o que denominou de ato terrorista "bárbaro e sangrento", e apelou à vingança. Embora não tenha especulado sobre os autores intelectuais do ataque, sugeriu que os quatro detidos tentavam cruzar a fronteira para a Ucrânia, que, segundo o líder russo, tentou criar uma "janela" para ajudá-los a escapar.
As autoridades ucranianas negaram, desde a primeira hora, qualquer envolvimento no ataque e uma fonte da inteligência dos EUA disse à Associated Press que as agências norte-americanas confirmaram que o grupo era responsável pelo ataque.
Um dos detidos supostamente envolvido no ataque confessou que lhes prometeram 500 mil rublos (cerca de 5.000 euros) para participar no atentado.
Numa gravação do interrogatório publicada pelo Canal Um da televisão russa, o detido afirma ter recebido metade da soma, através de uma transferência para um cartão bancário.
As detenções foram resultado de uma operação conjunta entre o FSB e combatentes do regimento checheno Akhmat, segundo anunciou pouco depois o líder da Chechénia, Ramzan Kadirov.
O veículo que os autores do atentado conduziam era um Renault Logan de cor branca, presumivelmente o mesmo no qual chegaram ao Crocus City Hall na noite de sexta-feira.
Segundo as autoridades russas, conseguiram escapar do local e seguir pela autoestrada até cerca de 100 quilómetros da fronteira com a Ucrânia.
As autoridades continuam a investigar, mas no interrogatório foi apurado que toda a operação começou há apenas um mês com a oferta monetária.
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