"Espanha é um país soberano que toma as suas decisões de acordo com o direito internacional", disseram fontes diplomáticas espanholas à agência de notícias Europa Press.
As mesmas fontes lembraram que o Governo espanhol "condenou em reiteradas ocasiões e com absoluta firmeza os atentados terroristas do Hamas [de outubro, contra Israel] e apelou ao respeito do Direito Internacional Humanitário".
"Espanha age exclusivamente para promover a paz, a estabilidade e a segurança", como já afirmou por diversas vezes o ministro dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, acrescentaram as fontes diplomáticas citadas pela Europa Press, que realçaram também que "Israel é um país amigo de Espanha".
Numa deslocação recente à Jordânia e ao Egito, o ministro Albares disse que defender o reconhecimento do estado da Palestina também "tem em conta as necessidades e legítimas garantias de segurança para Israel".
"Tudo aquilo que fazemos tem em conta, obviamente, a equação de Israel", disse Albares.
Espanha "zela pela paz do povo de Israel e pela da Palestina", afirmou o ministro.
Israel condenou hoje a intenção espanhola de reconhecer o Estado da Palestina, alegando que equivale a recompensar o terrorismo, tendo em conta o ataque do Hamas de 07 de outubro.
Pedro Sánchez anunciou no início de março a intenção de reconhecer o Estado palestiniano e divulgou na sexta-feira uma declaração conjunta com os homólogos de Irlanda, Malta e Eslovénia nesse sentido.
"Este reconhecimento, após o massacre de 07 de outubro, envia uma mensagem ao Hamas e a outras organizações terroristas palestinianas de que os ataques terroristas assassinos contra os israelitas serão retribuídos com gestos políticos para com os palestinianos", afirmou o Governo israelita.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel, Lior Haiat, disse num comunicado que a intenção de Sánchez e a declaração de Espanha, Malta, Eslovénia e Irlanda "constituem uma recompensa para o terrorismo".
"A única forma de combater o terrorismo palestiniano é condenar inequivocamente o Hamas", afirmou Haiat, citado pela agência espanhola EFE.
O porta-voz acusou o Hamas de ter cometido em 07 de outubro "crimes de guerra, crimes contra a humanidade e crimes sexuais".
Referiu também que os países em causa devem "exigir explicitamente a libertação de todos os reféns" do Hamas.
"A resolução do conflito só será possível através de negociações diretas entre as partes", disse.
O porta-voz acrescentou que a intenção de reconhecimento da Palestina "apenas afasta a obtenção de uma resolução e aumenta a instabilidade regional".
Dez países da União Europeia (UE) já reconhecem o Estado palestiniano: Bulgária, Chipre, República Checa, Hungria, Malta, Polónia, Roménia, Eslováquia, Hungria e Suécia.
Treze outros países têm uma representação diplomática em Jerusalém Oriental ou Ramallah, incluindo Espanha.
Desde o início da guerra em Gaza, mais de 32.000 pessoas morreram em consequência da ofensiva israelita no enclave palestiniano, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas.
A guerra foi desencadeada pelo ataque do Hamas em solo israelita, em 07 outubro, que causou cerca de 1.200 mortos, com os militantes do grupo islamita a fazerem ainda mais de duas centenas de reféns.
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