"É claro que é a Ucrânia", disse Patrushev às agências russas, em resposta a uma pergunta sobre se Kiev ou o EI teriam orquestrado o ataque de sexta-feira.
Na segunda-feira, três dias após a reivindicação dos 'jihadistas', o Presidente russo, Vladimir Putin, admitiu que o ataque tinha sido cometido por "islamistas radicais", mas também apontou o dedo à Ucrânia.
As autoridades russas recusaram-se a elaborar sobre a alegada pista ucraniana, dizendo apenas que os quatro assaltantes, que foram detidos, tinham tentado fugir de carro em direção à Ucrânia.
"É importante responder à questão: por que motivo os terroristas, depois do seu crime, tentaram partir para a Ucrânia? Quem os esperava lá?", disse Putin na segunda-feira, citado pela agência francesa AFP.
Para a oposição russa, as autoridades preocuparam-se com a repressão dos detratores e com a ofensiva contra a Ucrânia, descurando a ameaça 'jihadista,' apesar de a Rússia ter sido alvo de numerosos ataques islamistas no passado.
Os grupos 'jihadistas' veem a Rússia como um alvo legítimo, uma vez que Moscovo combate o EI na Síria e no Sahel, e travou uma guerra contra grupos islamitas e separatistas na Chechénia, uma região muçulmana no Cáucaso russo (sul).
Putin construiu a imagem de homem forte precisamente através da luta contra estes grupos, responsáveis por atentados particularmente mortíferos, como a tomada de reféns na escola de Beslan, em 2004 (330 mortos, dos quais 186 crianças).
O atentado de sexta-feira na sala de concertos Crocus City, a 20 quilómetros do centro de Moscovo, foi cometido por quatro pessoas armadas com metralhadoras, que também provocaram um incêndio no complexo.
Dos 139 mortos, 40 foram abatidos a tiro, segundo o Comité de Investigação da Rússia, citado pela agência russa Interfax.
As autoridades registaram também 182 feridos.
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