"Apesar de esta resolução ter chegado tarde e de existirem algumas lacunas a colmatar, a resolução demonstra que a ocupação israelita está a viver um isolamento político sem precedentes", afirmou Ismail Haniyeh após uma reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir-Abdollahian.
Haniyeh e a delegação palestiniana reuniram-se em Teerão com o líder supremo, ayatollah Ali Khamenei, de acordo com uma declaração publicada no portal do chefe religioso iraniano.
O líder iraniano elogiou a "resistência única das forças palestinianas" face aos "crimes e brutalidades do regime sionista, levados a cabo com o total apoio do Ocidente", de acordo com o texto.
"A República Islâmica do Irão não hesitará em apoiar a causa da Palestina e do povo oprimido de Gaza", acrescentou o Khamenei durante a reunião.
A visita do líder palestiniano ao Irão ocorreu um dia depois de o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado a primeira resolução apelando a um cessar-fogo "imediato" entre Israel e o Hamas em Gaza, com 14 votos a favor e a abstenção dos Estados Unidos.
A votação demonstra "que os Estados Unidos são incapazes de impor a sua vontade à comunidade internacional", declarou Haniyeh à imprensa após o seu encontro com Amir-Abdollahian.
Haniyeh considera que "a entidade sionista" "não conseguiu atingir nenhum dos seus objetivos militares ou estratégicos" após quase seis meses de guerra.
Amir-Abdollahian, que estava presente ao seu lado, não se pronunciou.
A resolução foi saudada por Teerão como "um passo positivo mas insuficiente", apelando à aprovação de "medidas eficazes" para "pôr termo completo e permanente aos ataques israelitas".
O Irão é o inimigo declarado de Israel e apoia os movimentos que lutam contra este país na região, incluindo o Hamas.
A última visita de Haniyeh a Teerão foi em novembro, quando se encontrou com o líder supremo iraniano.
A guerra entre Israel e o Hamas eclodiu a 07 de outubro, na sequência de um ataque de comandos do movimento islamita que se tinham infiltrado no sul de Israel a partir de Gaza, provocando a morte de pelo menos 1.160 pessoas, na sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelitas.
Segundo Israel, cerca de 240 pessoas foram raptadas e 130 delas continuam reféns em Gaza, 33 das quais terão morrido.
Em represália, Israel prometeu destruir o Hamas, que tomou o poder em Gaza em 2007, e lançou uma vasta operação militar que matou mais de 32.400 pessoas, a maioria civis, no território palestiniano, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas.
O Irão saudou o ataque de 07 de outubro do Hamas como um "sucesso", mas negou qualquer envolvimento direto.
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