A UNRWA, que coordena a quase totalidade da ajuda em Gaza, está em crise desde que Israel acusou uma dezena dos seus 13.000 funcionários em Gaza de participarem no ataque do Hamas a Israel, em 07 de outubro.
Estas acusações levaram vários países, como os Estados Unidos da América, a suspenderem todo o financiamento à agência, pondo em causa a sua capacidade de operar no território.
O comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, tinha alertado no mês passado que o défice de financiamento podia impedir a agência de funcionar a partir de março.
No entanto, alguns países, como Espanha, Canadá ou Austrália, retomaram ou aumentaram o seu financiamento à agência, que agora enfrenta uma "situação menos dramática".
Na semana passada, o primeiro-ministro cessante português, António Costa, anunciou um reforço de 10 milhões de euros no apoio português à UNRWA.
"Continuamos a trabalhar numa base mensal, mas temos fundos para aguentar até maio", acrescentou, citado pela agência France-Presse (AFP).
Philippe Lazzarini, suíço, esteve em Genebra para informar o parlamento sobre a situação humanitária em Gaza e responder a perguntas sobre as acusações de Israel contra os funcionários da agência que lidera.
A Suíça pagou, recentemente, cerca de 20 milhões de francos suíços (cerca de 20,4 milhões de euros) por ano à UNRWA, mas as autoridades alertaram, no final de janeiro, que o financiamento estava em causa devido às acusações israelitas.
A ONU lançou um inquérito interno e uma investigação independente, tendo apontado que Israel ainda não apresentou quaisquer provas para sustentar as acusações.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas em solo israelita em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades de Israel.
Desde então, Israel tem retaliado com uma ofensiva em Gaza que já provocou mais de 32.000 mortos, de acordo com o balanço mais recente do Ministério da Saúde palestiniano, controlado pelo Hamas.
O grupo islamita palestiniano, que controla Gaza desde 2007, é classificado como uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.
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