O anúncio foi feito no primeiro de três dias da visita de Estado de Emmanuel Macron ao Brasil e que faz parte de uma ambição internacional que os dois chefes de Estado pretendem promover até à COP30, que vaiacontecer na cidade brasileira de Belém em 2025.
Em comunicado conjunto, os dois países comprometeram-se com um "grande programa de investimentos em bioeconomia para a Amazónia brasileira e guianense, com o objetivo de alavancar mil milhões de euros em investimentos públicos e privados em bioeconomia nos próximos quatro anos".
Além disso, foi assinado um novo acordo científico entre Centro de cooperação internacional em pesquisa agrónoma para o desenvolvimento francês (CIRAD)e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que possibilitará o desenvolvimento de projetos de pesquisa sobre setores sustentáveis.
"Promoveremos juntos parcerias inovadoras em todo o mundo para financiar a proteção das florestas tropicais e da biodiversidade", lê-se na mesma nota.
Macron iniciou aquela que é também a sua primeira visita a um país da América Latina desde que assumiu o cargo em 2017 no maior pulmão vegetal do mundo.
Depois de uma breve cerimónia inicial de boas-vindas, Lula e Macron subiram a bordo de um navio da marinha e navegaram pela baía amazónica de Guajará até à ilha de Combú.
Durante a viagem, de cerca de cerca de uma hora, realizaram a sua primeira reunião de trabalho a bordo, tendo visitado de seguida um projeto de desenvolvimento sustentável do cacau.
No âmbito do encontro com os povos indígenas, Macron condecorou o cacique Raoni Metuktire, um dos mais célebres e antigos defensores da Amazónia, atualmente com 92 anos, com a Ordem Nacional da Legião de Honra concedida pelo Estado francês.
"Estando aqui ao seu lado hoje, queria dizer obrigado pela sua obra e o seu combate incessante", afirmou o presidente francês, citado na imprensa local brasileira.
Raoni Metuktire, por outro lado, apelou a Lula da Silva que reforço o combate à mineração e desflorestação ilegal.
"Não consigo aceitar desmatamento e garimpo. Então, você também precisa demarcar terras para as comunidades indígenas que não têm terra ainda", disse Raoni.
Depois do dia na Amazónia, Lula da Silva e Macron deverão deslocar-se ao Rio de Janeiro, para uma visita, na quarta-feira, a um complexo naval situado no município de Itaguaí, onde está a ser desenvolvido um programa franco-brasileiro de submarinos.
O programa envolve a construção de cinco submersíveis, um deles com propulsão nuclear, e foi lançado em 2009, durante o segundo mandato de Lula da Silva e no contexto de uma visita do ex-Presidente francês Nicolas Sarkozy.
Do Rio de Janeiro, Macron segue para São Paulo, onde na quarta-feira participa num evento que reúne cerca de 200 empresários dos dois países, e depois para Brasília, para um encontro, na quinta-feira, com Lula da Silva.
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