O chefe do Comité Supremo de Gestão de Acampamentos da região, Tong Dok, disse à agência EFE que as crianças se afogaram quando entraram na água do pântano, utilizada pelas famílias deslocadas para tomar banho e lavar a roupa, uma vez que o seu nível subiu consideravelmente nas últimas semanas devido às fortes chuvas.
O campo de proteção civil, situado na cidade de Bentiu, alberga cerca de 200.000 pessoas, entre as quais refugiados sudaneses que fugiram do seu país na sequência da guerra entre o exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), um conflito que transformou o Sudão no palco da pior crise mundial de deslocados.
De acordo com Dok, as crianças terão morrido afogadas porque a água se tornou mais profunda e elas "não sabem nadar", tendo a polícia enviado uma equipa para a zona para "vigiar e impedir que as crianças e os idosos se aproximem e nadem no pântano".
"O envio de uma força policial ajudará a evitar a perda de mais crianças pequenas que se esgueiram para o pântano para nadar sem que as suas famílias saibam. Queremos que esta tragédia acabe", afirmou.
O responsável recordou ainda que cerca de 40 pessoas se afogaram naquelas águas desde 2020.
Os ativistas e especialistas ambientais do Sudão do Sul alertaram que as inundações vão afetar grande parte do país este ano devido aos efeitos das alterações climáticas, à falta de planos governamentais e ao excesso de abate de árvores na região.
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