"As diligências, realizadas na casa, gabinete e residência presidenciais, no Palácio do Governo, na noite do dia 29 e madrugada do dia 30 de março de 2024, decorreram por ordem do Supremo Tribunal de Instrução Preparatória do Supremo Tribunal de Justiça da República, pelo que se exclui que a nossa intervenção tenha sido ilegítima, inconstitucional e abusiva", defendeu o Ministério Público em comunicado.
O caso envolve possíveis crimes de enriquecimento ilícito e falta de declaração de documentos relacionados com relógios de luxo usados pela chefe de Estado.
O Ministério Público adianta que, ao contrário do que acusa a Presidente, "a entrada na sua casa foi efetuada após ter falado pelo intercomunicador e ter informado (...) dos motivos da presença do procurador e da polícia, solicitando o acesso voluntário ao interior da casa".
Passados alguns minutos, tocaram à campainha da casa "repetidamente" sem obter resposta, pelo que procederam ao "arrombamento da porta principal, conforme consta do auto de arrombamento com arrombamento e notificação da medida judicial".
À meia-noite de sexta-feira, uma equipa de procuradores e polícias entrou em casa da Presidente do Peru e no Palácio do Governo, no âmbito de uma investigação preliminar aberta em 18 de março contra a chefe de Estado, por alegadamente ter cometido o crime de enriquecimento ilícito ao não declarar relógios de luxo.
O escândalo dos relógios de luxo eclodiu depois de um 'site' de notícias local, La Encerrona, ter publicado uma série de fotos, em 15 de março, mostrando Boluarte a ostentar diferentes relógios, em diferentes momentos, enquanto estava no Governo, em 2021 e 2022.
Após a reportagem, Dina Boluarte garantiu que estava com as "mãos limpas" e só possuía um relógio antigo, comprado com as suas poupanças.
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