Numa cela com cerca de 50 presos, a praticar ioga, a treinar muay thai e a ler. É desta forma que o espanhol Daniel Sancho, de 29 anos, tem passado os últimos oito meses, desde que foi detido por homicídio, na Tailândia.
“O ambiente é bom, tratam-nos bem e não há nenhum tipo de violência nem drogas”, foi assim que Daniel Sancho descreveu à EFE como vive. Durante uma visita da agência de notícias, Sancho revelou que pratica ioga todos os dias e que treina muay thai, desporto de que já era fã, com outros reclusos. "Aqui todos praticam, é o desporto nacional", assumiu.
À disposição de todos os reclusos está uma biblioteca, onde podem receber livros das visitas depois de estes serem verificados pelos funcionários. "Estou a ler muito, não lia há anos. Desde que li 'Game of Thrones'", admitiu.
Na prisão a internet não é permitida, sendo que os reclusos só têm acesso a música através de uma televisão onde apenas são exibidos canais tailandeses. Sancho garante que costuma rever mentalmente as viagens que fez, as ruas das cidades que conhece e as músicas que gosta.
De acordo com o jornal El Mundo, o espanhol está numa das melhores prisões da Tailândia, já que não está superlotada e fica localizada numa zona tranquila da ilha turística, rodeada pela natureza.
As visitas duram 15 minutos e o uso de um uniforme de camisola bege e calções pelos joelhos é obrigatório. Daniel Sancho continua numa ala hospitalar, que se destina a todos os reclusos com algum problema de saúde ou para períodos de adaptação concedidos a alguns estrangeiros.
Recorde-se que o filho do ator espanhol Rodolfo Sancho foi detido, em agosto do ano passado, e acusado de ter assassinado, desmembrado e escondido o corpo do cirurgião colombiano Edwin Arrieta.
Sancho encontrou-se com a vítima no dia 2 de agosto e juntos andaram de mota. Quando voltaram ao hotel, tiveram uma discussão, após o colombiano lhe ter pedido para ter relações sexuais. Sancho terá dado um murro no rosto do amigo, o que o deixou inconsciente.
O homem, em pânico, levou-o depois para a casa de banho, tentando fazê-lo recuperar a consciência - sem sucesso. Depois de esperar uma hora e sem resposta de Edwin Arrieta, o chef decidiu começar a desmembrar o médico, um processo que admitiu ter demorado "três horas".
No mesmo dia, colocou os restos mortais do homem em sacos plásticos pretos e alugou um caiaque que o ajudou a lançar grande parte deles ao mar. O resto do corpo foi levado para o aterro da ilha, onde horas depois um trabalhador faria a descoberta.
Saniel Sancho foi ouvido em novembro, tendo-se declarado inocente e garantido que a morte de Edwin Arrieta se deveu a um acidente. Caso seja condenado, o espanhol pode vir a enfrentar prisão perpétua ou mesmo pena de morte.
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