Explosão que feriu membros da ONU foi causada por Hezbolllah, diz Israel

As Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram hoje que a explosão que feriu quatro membros da missão da ONU no Líbano (UNIFIL) foi causada por um obus do Hezbollah, descartando qualquer responsabilidade do exército israelita.

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© MAHMOUD ZAYYAT/AFP via Getty Images

Lusa
03/04/2024 11:08 ‧ 03/04/2024 por Lusa

Mundo

Israel

O incidente aconteceu em 30 de março, na cidade de Ramish, no sul do Líbano, e feriu três membros das forças de paz e um tradutor local que patrulhavam a pé a zona da chamada 'linha azul', uma "fronteira" que delimita 'de facto' o território dos dois países vizinhos.

As IDF afirmaram que, "de acordo com a informação disponível" até ao momento, a patrulha da UNIFIL ativou "um projétil que tinha sido colocado pelo Hezbollah", embora o Governo libanês tenha responsabilizado Israel pelo incidente.

A ONU, por outro lado, evitou apontar o dedo.

A missão internacional, liderada pelo espanhol Aroldo Lázaro, tem enfrentado um aumento das tensões com constantes ataques mútuos nos últimos meses quer dos militares israelitas quer dos milicianos da organização política e paramilitar fundamentalista islâmica xiita Hezbollah.

"Continuamos a realizar as nossas atividades, incluindo as patrulhas, e o nosso trabalho com as partes para reduzir a tensão", sublinhou na segunda-feira, numa mensagem publicada nas redes sociais.

A Organização de Supervisão de Tréguas das Nações Unidas para o Médio Oriente (UNTSO) denunciou o ataque no sábado passado, considerando "inaceitável atingir forças de manutenção da paz" e acrescentado que os observadores foram hospitalizados e que "a causa da explosão" estava a ser investigada.

Este organismo, que inclui observadores desarmados, é independente da Força Interina das Nações Unidas (UNIFIL), que tem cerca de 10.000 efetivos de manutenção da paz destacados no sul do Líbano, na fronteira com Israel.

A agência noticiosa nacional libanesa (ANI) noticiou que "aviões inimigos", numa referência a Israel, tinham bombardeado a região de Rmeich, onde foi registado o incidente, afirmando que a patrulha tinha sido alvo do fogo.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros libanês anunciou entretanto que iria apresentar uma "denúncia urgente" ao Conselho de Segurança da ONU, argumentando que Israel violou o direito internacional e humanitário.

Nos últimos quase seis meses, desde o início da guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, em 07 de outubro, pelo menos 347 pessoas foram mortas no Líbano - na sua maioria combatentes do Hezbollah, mas também 68 civis - em confrontos com Israel, de acordo com uma contagem da agência de notícias francesa AFP.

A violência na fronteira também obrigou á deslocação de milhares de pessoas do sul do Líbano e do norte de Israel, onde, segundo o exército, foram mortos 10 soldados e oito civis.

Criada em 1948, após a primeira guerra israelo-árabe, a UNTSO foi a primeira operação de manutenção da paz da ONU.

Leia Também: Líbano. Observadores da ONU feridos por obus junto à fronteira com Israel

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