Responsáveis pelo transporte de feridos mais expostos a riscos da guerra
Os responsáveis pelo transporte de feridos e de doentes na Ucrânia estão expostos a um risco de ferimentos e de morte três vezes superior em comparação a outros profissionais de saúde, alertou hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS).
© Getty Images
Mundo OMS
Com base em dados recolhidos pelo sistema de vigilância da OMS para Ataques aos Cuidados de Saúde (SSA) na Ucrânia, a agência que integra o sistema das Nações Unidas apontou que dos 68 ataques contabilizados durante o primeiro trimestre, cerca de 12 - quase 20% - tiveram como alvo os serviços de emergência médica, em particular ambulâncias.
Em três destes 12 ataques, quatro profissionais de saúde ficaram feridos e dois foram mortos, o que representa uma taxa quase três vezes superior à de outros serviços de saúde durante o mesmo período.
Entre estes 12 ataques, nove atingiram estações de base de ajuda médica de emergência, sete resultaram em danos a ambulâncias e seis afetaram bens e equipamento de ajuda médica de emergência.
"Muitas equipas de emergência estão sob fogo, quer a caminho de uma chamada, quer nas suas bases. Quatro dos nossos funcionários já foram mortos e 12 pessoas ficaram feridas e foram hospitalizadas", afirmou Halyna Saldan, diretora do Centro de Cuidados Médicos de Emergência e Medicina de Catástrofes da Administração Estatal Regional de Kherson (sul da Ucrânia), citada no comunicado da OMS.
Também citado no comunicado, Emanuele Bruni, diretor de Incidentes da OMS na Ucrânia, classificou esta situação como "um padrão horrível", sublinhando que estes trabalhadores "dedicam-se a ajudar as pessoas em situações críticas e devem ser protegidos em todas as circunstâncias".
"Estes ataques ameaçam a sua segurança e devastam ainda mais as comunidades que vivem sob bombardeamentos constantes há mais de dois anos", acrescentou.
No comunicado, a OMS destacou a "escalada preocupante" este ano no número de ataques, com o registo de quase um ataque por dia entre janeiro e março, principalmente com uso de armamento pesado.
"Este número sombrio sublinha a pressão sobre o sistema de saúde ucraniano", declarou Jarno Habicht, representante da OMS na Ucrânia, que repetiu o apelo à proteção dos profissionais de saúde e dos doentes, "bem como à prestação ininterrupta de serviços de saúde essenciais".
Desde a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, a OMS registou 1.682 ataques a serviços de cuidados de saúde em solo ucraniano, que resultaram em 128 mortes e 288 feridos entre pessoal médico e doentes.
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