O governo francês abriu uma investigação com caráter de urgência no caso da adolescente, de 13 ou 14 anos, que foi espancada junto à sua escola em Montpellier.
De acordo com a imprensa francesa, o ministério da Educação deu "oito dias" para que sejam recolhidos "os elementos" necessários para que esta situação seja averiguada, nomeadamente, em relação ao que passou nas últimas "semanas e meses". A jovem chegou a estar em coma.
A investigação foi anunciada esta quinta-feira, mas os factos aconteceram na terça-feira, por volta das 16 horas locais.
A mãe da vítima chegou a dizer que as agressões foram alegadamente cometido por "20 a 25 rapazes, todos menores" e descreveu que o mesmo aconteceu quando a filha estava a dirigir-se para uma paragem de autocarro, a cerca de 150 metros da Escola Arthur-Rimbaud.
Segundo a imprensa, até agora foram feitas três detenções: uma jovem, de 14 anos, que frequenta a mesma escola do que a vítima, e outros dois menores, de 14 e 15 anos. Segundo a procuradoria, um destes menores "já é conhecido dos tribunais".
Segundo a mãe disse à BFMTV, a filha já saiu do coma, mas está "traumatizada", "perdida" e "desorientada". A mulher explicou ainda que o diretor da escola lhe ligou na terça-feira, antes do ataque, para que ela fosse buscar a filha à escola. Alegadamente, ele "avisou-a de que um grupo de jovens estava junto à saída". "Eu pedi à escola para a manterem nas instalações até que eu chegasse, mas eles não o fizeram", referiu ao jornal local Midi Libre.
E antes?
A vítima, Samara, já seria perseguida na sua escola e vítima de assédio moral há "um ano e meio ou dois", segundo conta a mãe. A BFMTV adianta ainda que a jovem que foi detida fazia da vida de Samara "uma miséria". Segundo o que a familiar contou, a mesma rapariga já tinha sido castigada pela escola em 2023 depois de ter publicado uma fotografia da sua filha nas redes socias, onde "apelava a que a violassem".
A mãe conta ainda que a forma como a filha se veste foi motivo para a agressão. "Ela usa alguma maquilhagem. E esta rapariga mais nova [que alegadamente bateu na jovem] usa o véu. Ela tem vindo a ser chamada de 'kouffar', que significa 'descrente' em árabe. A minha filha veste-se com um estilo europeu. Chamam-lhe 'kahba', que significa 'prostituta'".
A mãe, Hassiba, refere que a jovem "foi suspensa da escola durante dois dias" e que foi aconselhada a fazer queixa, mas, entretanto, as fotografias já tinham sido eliminadas.
Segundo o que contou, este ataque foi planeado, dado que estaria previsto para a sexta-feira. "A Samara mentiu-me e disse que tinha dores de estômago", referiu à emissora francesa, contando que o ataque já era falado nas redes sociais. "Aconteceu ontem", afirmou.
"Eles estavam lá para a matar. Ela estava inconsciente no chão e continuaram a bater-lhe. Se isto não é uma barbaridade, o que é?", questionou.
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