"Num futuro próximo, a Lituânia comprará cerca de 3.000 'drones' FPV de fabrico lituano para a Ucrânia, por um montante de dois milhões de euros", declarou à comunicação social a primeira-ministra, Ingrida Simonyte, ao lado do homólogo ucraniano, Denis Shmyhal.
Segundo a responsável, os aparelhos poderão chegar à Ucrânia ainda este ano.
Os 'drones' são muito utilizados pelas duas partes no conflito, tanto na linha da frente como para atacar infraestruturas importantes em território inimigo.
A chefe do Governo lituano disse também que o seu país vai ajudar à criação de três centros de treino para os militares ucranianos: em Lviv e em Jytomir, no oeste da Ucrânia, e em Dnipro, no centro-leste do país.
Simonyte apelou à União Europeia (UE) para iniciar as negociações de adesão com Kyiv "o mais rapidamente possível", argumentando que "a segurança total da Ucrânia e, ao mesmo tempo, a da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) só podem ser garantidas através da adesão plena da Ucrânia à NATO".
A Lituânia, país báltico com 2,8 milhões de habitantes, forneceu até agora à Ucrânia mais de mil milhões de euros de ajuda, mais de metade dos quais de tipo militar, sendo o exemplo mais recente a contribuição com 35 milhões de euros para a iniciativa checa de aquisição de munições.
De acordo com o Instituto Kiel, com sede na Alemanha, a Lituânia está entre os cinco primeiros países, em termos de percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) consagrada à ajuda à Ucrânia, com 1,54%.
"É uma percentagem que pode ser comparada aos orçamentos da Defesa de alguns países. Estamos muito gratos", afirmou Shmyhal.
O Ministério da Defesa lituano indicou no início deste ano que a Lituânia previa disponibilizar mais 200 milhões de euros em ajuda militar à Ucrânia entre 2024 e 2026.
Com a sua visita a Vilnius, o primeiro-ministro ucraniano conclui uma digressão pelos três Estados bálticos, depois de se ter deslocado à Estónia e à Letónia.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os dois beligerantes mantêm-se irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais.
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