Trata-se de uma "contribuição para a conferência internacional sobre a reconstrução da Ucrânia" agendada para 11 e 12 de junho em Berlim, a convite do chanceler alemão, Olaf Scholz, e do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sublinharam os ministérios da Economia e do Desenvolvimento alemães num comunicado conjunto.
"Para sobreviver a esta guerra, a Ucrânia precisa de mais coisas além de armas. É importante que a economia continue a funcionar e que o país consiga financiar a sua reconstrução", declarou a ministra do Desenvolvimento, Svenja Schulze.
Berlim planeou a criação, com o Governo ucraniano, de uma instituição baseada no modelo do banco público alemão KFW, fundado após a Segunda Guerra Mundial para reconstruir a Alemanha Ocidental e que registou um aumento acentuado de atividade após a reunificação do país, em 1990, para modernizar a economia da República Democrática Alemã (RDA).
Um instrumento central deste projeto é o Fundo de Desenvolvimento de Negócios Ucranianos (Business Development Fund, BDF), já constituído em 1999 pela Ucrânia e pelo KFW e que já apoiou muitas PME ucranianas.
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, no início de 2022, cerca de 40.000 PME conseguiram manter-se em atividade apesar da guerra. O BDF ajudou, em particular, explorações agrícolas a retirar minas dos campos para poderem continuar a cultivá-los, explicaram os dois ministérios alemães no comunicado.
O Banco Mundial estima atualmente em cerca de 486 mil milhões de dólares (cerca de 452 mil milhões de euros) o custo da reconstrução da Ucrânia, dependendo da evolução da guerra.
Sendo certo que os fundos públicos não serão suficientes, o Governo alemão quer encorajar as empresas privadas alemãs a participarem também na modernização daquele país, segundo os dois ministérios.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os dois beligerantes mantêm-se irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais.
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